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14/10/2013 - 16h43min

Comunidade recebe equipamentos para tratamento pediasuit da Apae de Tubarão

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Entrega de Equipamento PEDIASUIT, na APAE de Tubarão. Foto: Carlos Kilian/Agência AL

A pequena Helena Goulart tem paralisia cerebral e desde o primeiro ano de vida faz diversos tratamentos físicos e motores para ganhar mobilidade e equilíbrio. A partir da próxima semana, a evolução de Helena, aos quatro anos de idade, deve ser maior com o início dos exercícios no equipamento pediasuit no Centro de Reabilitação na Apae de Tubarão. Ela e outros 16 educandos terão acesso gratuito ao tratamento de ponta, que custa em média R$ 10 mil em clínicas particulares de reabilitação.

A entrega dos equipamentos do pediasuit na Apae de Tubarão foi realizada na tarde desta segunda-feira (14) na presença de diversas autoridades da região. Foram investidos R$ 26 mil em recursos próprios. A estrutura de metal (gaiola) custa cerca de R$ 5 mil, e cada vestimenta ortopédica, outros R$ 5 mil. A Apae de Tubarão tem uma gaiola equipada e quatro conjuntos de roupas.

“É um ganho para nossos alunos que não tem preço. Compramos os equipamentos através da Federação das Apaes de Santa Catarina com um custo mais baixo”, disse Noilda Fogaça, presidente da entidade. Eventos beneficentes gastronômicos e pedágios na cidade garantiram o aporte dos recursos.

O deputado José Nei Ascari (PSD), que preside a Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Assembleia Legislativa, prestigiou o evento e ressaltou a importância da conquista dos equipamentos pelas Apaes do estado. “Este é um momento marcante na luta empreendida em Santa Catarina para proporcionar a inclusão. Representa a união de muitas mãos, sobretudo da sociedade”, disse José Nei.

Ainda neste mês, as Apaes de Pomerode, Rio do Sul, Criciúma e Balneário Camboriú também entregam as estruturas do pediasuit à comunidade, adquiridas através do Programa Bônus Eficiente, da Celesc. O presidente da Federação das Apaes, Júlio Aguiar, disse que a ferramenta pode fazer toda diferença no tratamento. “Nós precisamos buscar qualidade de vida para cada um de nossos alunos. Conseguimos aplicar estes recursos em todas as nossas Apaes”.

Mobilidade e equilíbrio
O pediasuit consisti numa roupa ortopédica macia e dinâmica dividida em colete, calção, joelheiras e calçados adaptados. As partes são interligadas por tracionadores elásticos e emborrachados que estabilizam o paciente, que conta com a estrutura da gaiola metálica para os exercícios e se manter de pé.

A terapeuta ocupacional, Natália dos Reis, explica que a estabilidade adquirida no equipamento é interpretada pelo cérebro e garante a evolução mais rápida no tratamento. “Além da parte motora, outras especialidades podem ser trabalhadas enquanto o paciente fica no pediasuit”, completa a especialista.

Para o alongamento é necessário “soltar” a musculatura antes de vestir a roupa especial, processo que dura cerca de 30 minutos. O protocolo do tratamento intensivo estabelece sessões de duas a quatro horas por dia, durante quatro semanas. Depois, o paciente volta para os demais tratamentos e depois de seis meses passa por nova sessão intensiva no pediasuit. “A evolução é muito boa com este tratamento. A cada módulo intensivo trabalhamos objetivos específicos com cada paciente. A evolução de um mês equivale a de seis meses em outro método”, resume a terapeuta.

Adultos, jovens ou crianças podem usar o equipamento. Além da paralisia cerebral, pacientes, autistas e com outras síndromes genéticas apresentaram evolução após o tratamento no pediasuit, desenvolvido na década de 1970 por fisioterapeutas americanos. Os estudos do método terapêutico começaram na Polônia devido a problemas motores apresentados por astronautas russos depois de passarem longos períodos no espaço.

A Apae de Tubarão conta com 267 educandos com deficiência intelectual e múltipla. Os alunos passaram por uma avaliação e para 17 deles o tratamento do pediasuit foi indicado. Nesta primeira fase, dois pacientes por mês serão atendidos. Em breve, outro kit de assessórios para a segunda gaiola, já instalada, deve ser adquirido para beneficiar mais alunos. Além da terapeuta ocupacional Natália, outras duas fisioterapeutas, Larissa Pereira e Juliana Magri, atuam no tratamento.

Rony Ramos
Rádio AL

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