Deputados voltam a debater crise dos hospitais filantrópicos
A crise que assombra os hospitais filantrópicos voltou ao debate na sessão desta quarta-feira (6) da Assembleia Legislativa. “Os hospitais filantrópicos atendem 70% da rede SUS com custo dez vezes menor que o setor público, mas a situação é grave e estão recorrendo ao ‘cheque ouro’ para pagar a conta e não veem mais como se livrar das dívidas. Parte do patrimônio já foi comido pelos juros cobrados, a situação é grave”, descreveu Doutor Vicente Caropreso (PSDB), que não descartou a hipótese de fechamentos de hospitais. “Para onde irão os pacientes?”, especulou o deputado.
Diante da gravidade da situação, o representante de Jaraguá do Sul chamou o Executivo à responsabilidade. “Oferecemos melhores condições de governabilidade, cortamos despesas em inúmeros setores, o governador que apele ao BNDES, já que defende a presidente Dilma, para atender os hospitais, pois o Badesc jura que não tem linha (de crédito) para atender”, disparou Caropreso.
O parlamentar avisou que os hospitais aguardam do BNDES o mesmo tratamento que o banco oferece aos agricultores. “Queremos juros iguais aos da agricultura, é o mínimo para os hospitais poderem respirar e repassarem lucros para o BNDES”, ironizou Caropreso. Serafim Venzon (PSDB) concordou com o colega e fez um alerta. “Os governos municipais, estadual e federal não têm nenhum compromisso com os hospitais filantrópicos, se ficarem sem recurso não vão pagar, vão cortar aonde é possível e justamente na saúde vai haver o corte que mais a sociedade vai sentir”, lamentou Venzon.
Ana Paula Lima (PT) responsabilizou o secretário João Paulo Kleinubing pelos problemas da saúde em Santa Catarina. “Foi nomeado para ser o grande gestor, o grande planejador, era o homem que ia resolver o problema da saúde, quem não conhecia até comprava essas informações dadas por diversos jornais. Foi um grande engano, não gestou nada. A grande maioria dos hospitais filantrópicos só recebeu promessa, dinheiro que é bom, nada”, criticou Ana Paula.
Otimista e feliz
Dirceu Dresch (PT) declarou que está “otimista e feliz” com os encaminhamentos para implantação da Ferrovia da Integração, que supostamente ligará o Oeste ao Litoral barriga-verde. “Estão trabalhando muito, há um avanço muito grande na construção do projeto ferroviário, a composição será de até 100 vagões, para suportar 12 mil toneladas, com velocidade de até 80 km/h, bitola larga”, descreveu Dresch, que observou que chegou a hora da de ouvir a sociedade. “Pretendemos realizar cinco audiências públicas”, anunciou.
Passa e nem percebe
Deka May (PP) criticou o projeto de duplicação da BR-101 no trecho que corta Tubarão. “Construíram um viaduto por cima da cidade, quem passa nem percebe”, lamentou o deputado, que ressaltou que em apenas três quilômetros há três viadutos. Por outro lado, segundo Deka, não há no trecho que corta a “cidade azul” nenhuma passarela para pedestres. “Em nenhum momento se pensou nas pessoas que precisam atravessar, ou sai correndo ou conta com a gentileza dos motoristas”, explicou o deputado, que cobrou providências do DNIT.
#Panamapapers
Luciane Carminatti (PT) repercutiu na tribuna o escândalo mundial denominado “Panamá Papers”, que trouxe à tona milhões de documentos relativos a empresas de fachada de propriedade de políticos e empresários do mundo todo. Carminatti chamou a atenção para o cobertura da imprensa tupiniquim, ainda tímida, ao contrário da imprensa global, que critica duramente os sonegadores. “Os principais jornais do Brasil têm pouquíssimas menções”, analisou Carminatti, que especulou se o silêncio dos jornais não deve ser creditado ao fato de que não há políticos ligados ao Partidos dos Trabalhadores no escândalo.
Maurício Eskudlark (PR) concordou em parte com a colega. “É importante ampliar o debate, em muitos países onde houve denúncia os implicados renunciaram, já no Brasil dizem que é golpe, que a imprensa é golpista, mas nos países sérios, e o nosso não é sério, os dirigentes, quando têm denúncia grave, renunciam”, ponderou Eskudlark.
Polícia Civil no combate à corrupção
Maurício Eskudlark informou que após o exemplo da Lava Jato, que comprovou que é possível prender políticos e empresários, corruptos e corruptores, a Polícia Civil catarinense está se preparando para atuar no combate à corrupção. “Estão apurando os mecanismos”, declarou.
Prefeitos na berlinda
Leonel Pavan (PSDB) alertou os prefeitos sobre as dificuldades que os atingem. “Os prefeitos estão com medo de cometer improbidade administrativa se não cumprirem a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), podem ser punidos até com prisão, mas onde está a culpa? O prefeito fez um planejamento de obras, deu aumento salarial na proporção da receita, a arrecadação é que diminuiu”, explicou Pavan.
Prainha do Meio
Luiz Fernando Vampiro (PMDB) convidou a comunidade do Farol de Santa Marta, em Laguna, para audiência pública que será realizada nesta quinta-feira (7), às 17 horas, na Pousada Baiúka, para tratar da despoluição da Prainha do Meio. “Pasmem, está há dez anos sem balneabilidade”, afirmou o deputado.
Segurança e educação
Valdir Cobalchini (PMDB) defendeu investimentos em educaçãopara reverter o quadro de insegurança que se instalou nas comunidades catarinenses. O representante de Caçador citou o caso do Proerd como um exemplo de que na infância é possível operar uma mudança cultural. “O Poerd, desenvolvido pela Polícia Militar, tem 18 anos de existência, foi executado em 265 municípios e até o fim de 2015 atingiu 1,1 milhão de estudantes das redes pública e privada. Foram vocacionados para dizer não às drogas, a educação é o caminho”, garantiu Cobalchini.
Agência AL