Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina Agência AL

Facebook Flickr Twitter Youtube Instagram

Pesquisar

+ Filtros de busca

 

Cadastro

Mantenha-se informado. Faça aqui o seu cadastro.

Whatsapp

Cadastre-se para receber notícias da Assembleia Legislativa no seu celular.

Aumentar Fonte / Diminuir Fonte
10/07/2019 - 11h26min

Congresso aborda benefícios e desafios do aleitamento materno

Imprimir Enviar
4º Congresso Catarinense de Aleitamento Materno é realizado no Auditório Antonieta de Barros

“Nada substitui a amamentação. Nenhum progresso tecnológico. Nenhuma fórmula. Mas a amamentação não é fácil, é por isso que todos estamos aqui.” Com essas frases o médico Jayme Murahovschi, livre-docente em pediatria clínica, abriu a primeira palestra do 4º Congresso Catarinense de Aleitamento Materno. O evento reúne mais de 20 especialistas que debaterão o tema e seus desafios nesta quarta (10) e quinta-feira (11), no Auditório Antonieta de Barros da Assembleia Legislativa.

A quarta edição do congresso, idealizado pelo pediatra Cecim El Ashkar, o tio Cecim, foi proposta pelo deputado Fernando Krelling (MDB), com o apoio da Comissão de Saúde. Na abertura do evento, o proponente reconheceu a importância do aleitamento materno e valorizou o trabalho do coordenador do evento, “que faz a diferença na vida de tantas mães e de tantas crianças”. Krelling acrescentou que “aleitamento materno é prevenção, amor incalculável, alimento inigualável e momento inexplicável”.

“A amamentação é uma situação extremamente primitiva e o congresso se propõe exatamente a resgatar a essência do ser humano, que é o nascimento e a perpetuação da espécie”, nas palavras de Cecim El Ashkar. Para ele, é de extrema importância fortalecer a mãe, pois é ela quem cuida do bebê. “A mãe tem um papel fundamental porque ela gera, ela amamenta, ela cuida, ela protege e ela dá continuidade à espécie humana”, frisou. Os enfrentamentos e dificuldades no processo de amamentar serão abordados em várias palestras ao longo da programação do evento.

Epigenética
Na abertura, o pediatra Jayme Murahovschi enfatizou a importância do leite materno para a prevenção do desenvolvimento de doenças. Ele disse que nos anos de 1970, quando começou a atuar, as crianças morriam de desnutrição grave causada pelo desmame precoce, falta de saneamento básico e pobreza. Aquele quadro de mortalidade infantil, que era de 156 em cada mil nascidos vivos, foi revertido ao longo das últimas cinco décadas – hoje a mortalidade infantil não passa de 10 em cada mil nascidos vivos – mas a qualidade de vida não acompanhou a evolução da longevidade, conforme o médico.

“Hoje a mortalidade infantil foi reduzida, não está mais tão relacionada ao aleitamento, mas o melhor início de vida passa pelo leite materno”, frisou o pediatra. Murahovschi explicou que o ambiente influencia no desenvolvimento de doenças às quais o indivíduo está geneticamente predisposto, como obesidade, hipertensão, diabetes, doenças cardiorrespiratórias, câncer e problemas psíquicos. Esse campo de estudos se chama epigenética.  Conforme o médico, a programação metabólica produzida pelo leite materno é capaz de gerar prevenção de doenças degenerativas, nutrição adequada, crescimento e prevenção de doenças mentais.

Desafios
Na palestra “Novos desafios da amamentação para o século 21”, o pediatra Yechiel Moisés Chencinski, membro do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria, abordou desafios que não são tão novos e que precisam sempre ser trabalhados e esclarecidos. “A gente trabalha, trabalha, atua, faz propostas e o que a gente percebe é que foi uma grande evolução até 2006 e de lá para cá a gente deu uma estacionada grande em todos os nossos índices. O único índice que aumentou foi, conforme uma pesquisa de 2013, a amamentação acima dos dois anos de idade.”

As principais dificuldades apontadas pelo médico são falta de informação e falta de rede de apoio. Ele opinou, ainda, que os profissionais precisam escutar um pouco mais as mães e que as informações deveriam ser repassadas desde o pré-natal. “Essa informação deveria ser uma questão educacional. As escolas deveriam falar de aleitamento, as universidades, a sociedade, todos os espaços deveriam falar de aleitamento.”

Lisandrea Costa
Agência AL

Voltar