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24/06/2020 - 21h16min

Comissão de Turismo ouve empresários do setor de transporte

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Na reunião, empresários do transporte turístico demonstraram preocupação com a situação do setor e pediram a retomada das atividades
FOTO: Solon Soares/Agência AL

As dificuldades enfrentadas pelas empresas de transporte turístico e fretamento rodoviário durante a pandemia da Covid-19 foram o tema principal de uma reunião ampliada da Comissão de Turismo e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa com empresários do setor, na noite desta quarta-feira (24). O encontro virtual debateu a retomada das atividades na pós-pandemia e o que governo, prefeituras e setor privado precisam fazer para evitar um colapso do turismo em Santa Catarina.

O presidente da comissão, deputado Ivan Naatz (PL), revelou que tem recebido apelos dos empresários pela liberação do transporte no estado e que é preciso encontrar alternativas em conjunto com o governo do Estado para resolver o problema. Naatz também criticou prefeitos que, segundo o parlamentar, tomam decisões sem embasamento científico e que afetam toda a cadeia produtiva.

“Alguns prefeitos, por falta de orientação do governo, tomam decisões sem dados científicos, fechando cidades e dizendo que não querem turistas de outros estados. Tem que ter muito cuidado com as decisões”, afirmou Naatz.

Ele sugeriu a criação do que chamou de “corredores de segurança” entre cidades, com o estabelecimento de protocolos para minimizar o risco de contaminação e permitir que as pessoas saiam de Santa Catarina para, por exemplo, para fazer compras em São Paulo.

O deputado Romildo Titon (MDB) disse conhecer os obstáculos a serem vencidos pelos empresários e que vai estar junto na luta para encontrar um caminho. “Já fui do transporte, e num momento como esse as empresas têm muita dificuldade”, afirmou Titon.

Retomada gradativa
O empresário José Marciel Neis, presidente da Associação das Empresas de Transporte Turístico e Fretamento de Santa Catarina (Aettusc), lembrou que o turismo de compras também foi afetado. Para ele, mesmo com uma eventual liberação, vai viajar apenas quem precisa.

“Não vão todos sair viajando ao mesmo tempo”, garantiu. “O que o setor pede é que seja liberado e que gradativamente as pessoas vão sentindo confiança para agendar viagem”, completou.

Neis disse ser grato à Assembleia – particularmente à Comissão de Turismo – e ao governo do Estado, que entenderam a demanda e o sofrimento do setor, mas é preciso fazer mais. “Os financiamentos não chegaram às empresas”, disse.

O também empresário Antonio Carlos Lopes manifestou sua preocupação com o período pós-pandemia e a próxima temporada. “Uma empresa espanhola de cruzeiros marítimos que faz muitas escalas em Santa Catarina pediu recuperação judicial, ou seja, serão menos escalas este ano”, lamentou. “Além disso, o Brasil é citado diariamente como lugar inseguro e destino ruim no Uruguai, Argentina e Chile, e precisamos reverter isso”, completou.

Segundo Lopes, com os ônibus proibidos, cresce a procura por aplicativos de carona, o que aumentaria os riscos de contaminação. “Estes carros não têm os mesmos cuidados que temos com os ônibus”, garantiu.

Marcelo Kalin, presidente do Conselho Fiscal do Sindicato das Transportadoras Turísticas da Grande Florianópolis, cobrou maior atenção do governo federal e das prefeituras. “Não estão olhando as empresas. Tem que facilitar financiamento. As empresas mal conseguem pagar folha salarial”, alertou.

Avião x ônibus
Natália Hoffmann e Romilton Souza, empresários do setor, questionaram o porquê da proibição de transporte rodoviário enquanto as viagens aéreas estão liberadas. “Porque em Santa Catarina não pode ônibus, mas pode avião?”, disse Natália. “Queremos voltar o serviço e nos comprometemos a cumprir todas as regras impostas”, completou a empresária.

Romilton Souza rechaçou a liberação com percentuais de ocupação dos veículos diferentes do aplicado nas aeronaves. “Queremos que seja igual”, afirmou.  Para ele, nem mesmo a liberação dos financiamentos pelos bancos vai adiantar sem a retomada do serviço. “Se não trabalhar, não tem como pagar os financiamentos”, atestou.

Repasse de custos
Segundo o empresário Mário Ferreira, a diminuição da lotação nos veículos vai impactar no mercado. “O custo vai ser repassado aos passageiros”, revelou.

Ferreira apresentou dados sobre o fretamento de transporte por empresas como supermercados. Segundo o empresário, os próprios usuários se monitoram e fiscalizam, os veículos são higienizados constantemente e a rotatividade dos colaboradores que utilizam o transporte é zero, diminuindo o risco de contágio.

Para a empresária Magda Costa, do setor de agências de viagens, sem a possibilidade de reabertura, fica muito difícil planejar o turismo rodoviário. “A pandemia pode acabar, mas os turistas ainda vão demorar para voltar”, disse Magda. “Tem que seguir as normas de segurança da Organização Mundial da Saúde, mas precisa abrir.”

O superintendente de Turismo de Florianópolis, Fábio Queiroz, também empresário na área de eventos, garantiu que a capital catarinense continua como o destino mais procurado para a próxima temporada, mas que é preciso ter cuidado. Para ele, o setor vai depender muito das ações de governos e prefeituras.

“É preciso planejar. Se imaginar que na temporada estaremos fechados, o turista não vem porque não tem o que fazer. Se pode fazer tudo, as pessoas podem achar que não é seguro”, disse Queiroz.

IPVA e licenciamento
O deputado Ivan Naatz defendeu a suspensão temporária da cobrança do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e a prorrogação do licenciamento dos ônibus e vans que estão proibidos de circular. O parlamentar disse ter dificuldades de dialogar com governo do Estado e prefeituras.

“Se eles não estiverem no comando do debate, não querem conversar”, criticou.

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