Plenário se divide entre defesa e restrição à posse de armas
A posse de armas voltou ao debate na sessão ordinária de terça-feira (19) da Assembleia Legislativa e dividiu as opiniões dos parlamentares.
“A sessão de quinta-feira foi marcada por discursos ideológicos dos que são contra e a favor das armas, chegamos até ouvir a defesa de mais armas e menos livros, mas os ataques nas escolas acontecem desde 2002 e nos últimos 17 anos 25 pessoas, entre alunos e professores, foram mortos. Escola não é lugar de arma, escola é lugar de criança e criança não combina com arma”, argumentou Luciane Carminatti (PT).
A representante de Chapecó lembrou que desde 2012 as escolas do estado têm políticas de prevenção à violência e que lei federal determina que os educandários mantenham uma cultura de paz.
Vicente Caropreso (PSDB) apoiou a colega.
“É uma angústia de todos nós, a banalização do uso de armas tem de ser avaliada”.
Já os deputados Jessé Lopes (PSL), Bruno Souza (PSB), Ana Caroline Campagnolo (PSL) e Maurício Eskudlark (PR) defenderam a posse e o uso de armas para evitar a violência.
“Vivemos no país mais seguro do mundo porque temos o estatuto do desarmamento; ninguém pode ter arma porque a presidenta Dilma fez nas escolas o movimento da paz, só faltou combinar com os bandidos”, ironizou Jessé.
“O problema é que as armas só estão nas mãos das pessoas que praticam o crime, temos de pensar (nas tragédias nas escolas), mas não na questão do desarmamento, os aloprados foram com machadinha, arco e flecha, então o problema está na cabeça das pessoas”, garantiu Eskudlark.
“Todos nós contamos com grande número de policiais militares na Casa, inclusive policiais paisanos armados, os deputados desarmamentistas poderiam dispensar a segurança armada”, sugeriu Campagnolo, que convidou os colegas reticentes ao uso de armas a acompanhá-la em um estande de tiro.
“Tenho arma, pratico o tiro desportivo, tenho minha arma e ela defende minha casa”, revelou Bruno Souza, que mostrou no telão os números dos EUA que apontam que o aumento do número de armas coincidiu com a queda vertiginosa de 49% no número de homicídios em três décadas.
Posto 18 da PRE
Sargento Lima (PSL) noticiou que a construção de uma nova sede para o Posto 18 da Polícia Rodoviária Estadual, no norte do estado, está bem encaminhada.
“O posto fica dentro da cidade, mas tem de estar nas margens da rodovia, hoje está ao lado da empresa Döhler, em uma rotatória que passa quase 20 mil automóveis. O prefeito Udo Döhler se posicionou pela concessão do terreno que pertence à prefeitura. Quero pedir para que os vereadores se apressem a fazer a tramitação, para dar prosseguimento ao processo”, solicitou o representante de Joinville.
Governador em Blumenau
Ricardo Alba (PSL) enalteceu a visita do governador a Blumenau na última quarta-feira.
“Não me lembro de um governador que em três meses de mandato tenha visitado tantos municípios, ouvindo as demandas. Em Blumenau renovou o convênio do transporte escolar, sinalizou para o convênio do hospital Santo Antônio, visitou uma cervejaria – ele que também é cervejeiro –, foi na abertura do 11º Festival Brasileiro da Cerveja, o governador foi prestigiar o Vale do Itajaí”, descreveu Alba.
Ivan Naatz (PV) discordou da análise e considerou a visita do Chefe do Executivo a Blumenau de “protocolar e partidária.”
Ricardo Alba voltou ao microfone de apartes e lamentou a crítica de Naatz.
“Não entendo o comportamento de alguns deputados, a visita foi um sucesso, aplaudido pela população e por autoridades municipais.”
Síndrome de Down
Vicente Caropreso convidou os parlamentares a visitarem exposição fotográfica sobre síndrome de Down na Assembleia Legislativa.
“Está exposta no anexo, no primeiro andar, uma série fotográfica de uma criança com down, queria que fossem até ali, uma breve passadinha, para olhar aquilo e levar para os municípios, para a consciência e para o coração”, indicou Caropreso.
Reivindicações do Oeste
Marlene Fengler (PSD) repercutiu na tribuna reunião organizada pela Facisc com os deputados, empresários e lideranças do Oeste barriga-verde.
“Foi um dos encontros mais importantes, 13 dos 15 parlamentares presentes, juntamente com nossa vice-governadora, hoje a aura que impera é a união, empatia, acima de tudo esquecer as vaidades pessoais. Precisamos trabalhar em conjunto, se queremos resultados mais efetivos, se queremos construir um estado melhor, se queremos que a nossa região seja lembrada, temos de estar juntos”, propôs Marlene.
Carminatti também destacou o encontro, mas ponderou os limites da responsabilidade dos parlamentares nos pleitos regionais.
“Não podemos ficar responsáveis pelas pautas, reúne os 15 deputados e eles são responsáveis pelo aeroporto, contorno viário, rodovia? Nosso papel é dar voz e somar forças, não substituímos a força das entidades empresariais e do Poder Executivo.”
“Concordo com a deputada Luciane, todos somos responsáveis, as demandas são para os executivos, o pessoal de Abelardo Luz brigou porque a rodovia deles está em uma situação precária”, revelou Eskudlark.
Ocupação para presos
Felipe Estevão (PSL) elogiou o esforço da Secretaria de Justiça e Cidadania para ocupar os presos.
“Fiz questão de conhecer a estrutura em São Pedro de Alcântara e fiquei impressionado com a sistemática de dar ocupação, empresas criaram pavilhões e começaram a dar propósito para as vidas dos internos, quero ser parceiro, vi que estão de parabéns”, confessou Felipe.
“Fico envaidecida, o ócio é horrível na vida de qualquer pessoa, não precisa estar preso, hoje somos modelo para o Brasil, li que o ministro Moro escolheu Santa Catarina para visitar”, declarou Ada de Luca (MDB), ex-gestora da pasta.
“Endireitamento” da nação
Jessé Lopes comemorou o “endireitamento” da nação por causa da visita do presidente brasileiro aos EUA.
“Há poucos anos não conseguia imaginar que esse dia fosse chegar, o estreitamento do presidente brasileiro com o presidente conservador dos EUA, com a cosmovisão do professor Olavo, o maior filósofo brasileiro da atualidade. Vai se espelhar em Cuba, Venezuela e outros países falidos? Vamos nos espelhar em países desenvolvidos”, comparou Jessé.
Caminho das neves
Milton Hobus (PSD) indicou ao Chefe do Executivo que articule com o Executivo gaúcho a conclusão da Rota das Neves, que liga as serras gaúcha e catarinense.
“Fiz uma indicação para que faça uma ação conjunta com o Rio Grande do Sul, para, via recursos do governo federal, criar a rota de fato, que vai unir as maiores belezas naturais dos dois estados”, defendeu Hobus.
Reforma da previdência
Luciane Carminatti (PT) voltou a criticar a reforma da previdência e mostrou no telão que a proposta reduz as aposentadorias.
“Hoje a média é de 80% das maiores remunerações, na proposta a média é de todas as remunerações. O trabalhador começa ganhando mal, é ao longo da vida que melhora, isso joga a média para baixo”.
Política do diálogo
Ivan Naatz elogiou o governador por buscar diálogo com o Parlamento.
“O governador começa a compreender que de fato precisa do Parlamento, conversar com os deputados, a fala do deputado Cobalchini (MDB) na semana passada de que o governo não se faz informar soou bem na Casa da Agronômica e o governo começa a perceber que a comunicação com o Parlamento é essencial”, analisou Naatz.
“Tenho uma tese de que sal demais não faz bem e açúcar demais não faz bem, na minha tese precisamos construir o equilíbrio. Na semana passada o colunista Marcelo Lula trouxe a informação de que uma ala do partido do governador estava lhe questionando por receber o Partido dos Trabalhadores e representantes dos movimentos sociais. Fui prefeito e nós recebíamos toda a sociedade porque fomos eleitos para governar para todos”, lemboru Fabiano da Luz (PT).
Reforma de escolas
Ana Campagnolo protocolou duas indicações ao Executivo e à Secretaria da Educação sugerindo a reforma das escolas estaduais Santa Terezinha e Frei Caneca, de Lebon Régis.
Aniversário de São José
Bruno Souza parabenizou os moradores e autoridades de São José pela passagem do aniversário do município, celebrado nesta terça-feira.
Transporte por aplicativos
Bruno Souza e Maurício Eskudlark defenderam o transporte por aplicativos e criticaram as tentativas de regulamentação da atividade.
“De um lado temos usuários contentes com os serviços, que não estão pedindo lei alguma, e do outro lado temos trabalhadores contentes em trabalhar, de onde vem o vigor por regulamentar os aplicativos?”, questionou Souza.
“Ficar fumando no ponto de táxi, esperando o telefone tocar? Querem que o mundo volte para a idade da pedra”, criticou Eskudlark.
Agência AL