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04/08/2023 - 12h56min

Palestras sobre assistência social e comunicação digital encerram seminário da Uvesc

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FOTO: Solon Soares/Agência AL

Após três dias de palestras e debates sobre diversos temas ligados à gestão pública, encerrou na manhã desta sexta-feira (4), na Assembleia Legislativa, o Seminário Estadual de Legisladores Municipais. O evento foi promovido pela União dos Vereadores de Santa Catarina (Uvesc) e marca a passagem dos 50 anos de criação da entidade.

Na ocasião, a presidente da Uvesc, a vereadora de Chapecó Marcilei Vignatti, fez uma avaliação positiva do encontro, do qual participaram 300 vereadores, além de deputados, representantes do Tribunal de Contas (TCE), secretários de Estado, e profissionais de áreas como Direito, Comunicação e Serviço Social.

“Foram momentos muito importantes para os vereadores e, acima de tudo, com essa energia positiva que a Uvesc está criando, carreando todo esse trabalho de quase três mil vereadores para movimentos que contribuem para o desenvolvimento das nossas regiões do nosso estado.”

De acordo com a dirigente, o seminário foi uma oportunidade para a troca de experiência e capacitação dos vereadores, ocasião em que foram debatidos temas como reforma tributária, orçamento público, cenário e tendências políticas, empreendedorismo político e liderança, processo legislativo, e a importância da mulher nos espaços de poder.

“Não é só a formação individual para atuar lá, pontualmente, no município. É porque nós somos muitos e nós podemos contribuir mais nos espaços de decisão, na conversa, no diálogo com o governo do Estado. Porque a gente sabe que o vereador conhece a realidade das pessoas e precisa participar do processo de decisão.”  

Assistência social e comunicação digital
O último dia de debates no seminário estadual abriu com um painel sobre financiamento da área de assistência social, da qual participou Fabiani Tenfen Soberanski. Além de gestora do setor no município de Ibirama, Fabiani preside o Colegiado de Gestores Municipais de Assistência Social de Santa Catarina (Coegemas).

Em sua explanação, ela se mostrou preocupada com a continuidade da assistência social prestada nas cidades catarinenses. Segundo disse, 90% das prefeituras mantêm os serviços com recursos próprios, tendo em vista a insuficiência dos repasses estadual e federal. “A gente precisa mostrar esse cenário para os legisladores para que eles, junto com os gestores municipais, junto com o Executivo, busquem alternativas e formas de aumentar esses cofinanciamentos.”

Uma proposta apresentada por ela seria a definição de um percentual fixo para o setor, a exemplo do que já existe para a educação e a saúde, para os quais são aplicados todos os anos, respectivamente, 25% e 15% do orçamento estadual. “Precisa haver uma mobilização das casas legislativas no sentido de mostrar que a política pública de assistência social é uma prioridade e que precisa de um orçamento mínimo.”

Outra ideia levantada por Fabiani é a destinação de recursos por meio de emendas impositivas ao orçamento. “A gente sabe que os vereadores têm uma participação muito importante nesse processo de solicitação de emendas, então que pensem, por exemplo, na assistência social para receber também esses recursos.”

O seminário contou ainda com uma palestra sobre a influência da mídia digital no mandato legislativo, proferida por Marcello Natale.

Empresário do ramo de marketing, Natale declarou que cada vez mais se faz necessário que o vereador procure manter uma comunicação ativa e contínua com a população, prestando contas do seu trabalho e mantendo-se presente na vida do município.

Este trabalho, conforme disse, pode ser feito por meio dos aplicativos de rede social, que são de uso massificado na sociedade e não apresentam custos. “Então ele está ali mostrando que ele trabalha, mostrando o dia a dia dele, mostrando como ele se dedica ao mandato, como ele cuida da cidade, como ele atua para defender o interesse do cidadão. Essa é uma construção que a rede social permite que ele faça e que, teoricamente, custa zero reais.”

Natale afirmou que o político que abrir mão de produzir material próprio está cometendo um erro. Ele argumentou que o eleitorado catarinense tem se mostrado cada vez mais seletivo na escolha do seu candidato e no momento em que procurar um nome em quem votar, pode não achar as informações que deseja e optar pelo concorrente.

O profissional afirmou, entretanto, que a comunicação dirigida pelo agente público deve atentar para alguns cuidados. Além de ter caráter informativo, com dados relevantes para o município, as postagens devem procurar ter um tom leve e até mesmo divertido. “Não pode ser aquela foto de barreira, com um político ao lado do outro. Disso aí ninguém vai gostar, ninguém vai interagir. Agora o político mostrando algo sobre si mesmo, mostrando os bastidores da política, com certeza vai ser um sucesso.”           

 

 

Alexandre Back
Agência AL

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