Ministra das Mulheres convoca catarinenses para marcha nacional contra misoginia
FOTO: Rodolfo Espínola/Agência AL
Em visita a Florianópolis nesta quinta-feira (20), a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, foi recepcionada na Assembleia Legislativa pelas deputadas Luciane Carminatti (PT) e Paulinha (Podemos), quando conheceu o trabalho do Observatório da Violência Contra a Mulher (OVM), projeto pioneiro em casas legislativas no país.
Na oportunidade, servidoras do Observatório apresentaram a dinâmica de trabalho com a coleta de dados com informações de feminicídio, estupro, lesão corporal grave, colhidos na Secretaria de Estado de Segurança Pública, assim como as medidas protetivas, oriundas do Tribunal de Justiça do Estado.
Na sequência, Cida Gonçalves atendeu a imprensa e se dirigiu ao Plenário da Assembleia Legislativa, onde participou de uma conversa com lideranças feministas, além de autoridades como a secretária de Estado de Assistência Social, Alice Kuerten, e a deputada federal Ana Paula Lima (PT).
“Quero convocar o povo e as mulheres de Santa Catarina para uma grande marcha nacional contra a misoginia, não podemos aceitar o ódio contra as mulheres. Temos presenciado o aumento da violência de gênero em várias regiões, aqui no Estado com quatro vereadoras, e outros casos no Rio Grande do Norte e na Bahia. Precisamos ampliar modelos como o Observatório da Violência contra a Mulher e somente com informação vamos garantir direitos”, disse a ministra, destacando como programa de governo a inclusão digital das mulheres.
Cida Gonçalves informou que em março o ministério reestruturou o Ligue 180, ligação gratuita para denúncias de violência contra a mulher, com a novidade do atendimento por whatsapp no telefone (61) 996100186.
Ferramenta
Luciane Carminatti, procuradora especial da mulher na Casa, destacou que o OVM é uma ferramenta para fortalecer a rede de atendimento e coletar dados para a promoção de políticas públicas municipais. “Nosso desafio é fazer um diagnóstico do perfil da violência em Santa Catarina e dialogar com o ministério para atingir as mulheres mais pobres, para que façam cursos e agreguem renda porque sabemos que a violência está relacionada com a questão financeira.”
Autora da lei que instituiu o Observatório da Violência Contra a Mulher no parlamento catarinense, a deputada federal Ana Paula Lima enfatizou que Santa Catarina não possuía dados da violência contra a mulher. “Nosso estado é o 10º do país que mais comete violência contra a mulher e o primeiro em feminicídio. Precisamos saber qual região, o tipo de agressão e providenciar tratamento para o homem agressor. Uma criança que observa a violência tem uma grande possibilidade de ser um menino agressor e a menina, uma vítima do futuro.”
As parlamentares destacaram a dependência financeira e patrimonial como um obstáculo para que as vítimas levem a denúncia às autoridades, e pregaram a luta por políticas públicas que inibam a violência contra a mulher.
Agência AL