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18/11/2010 - 11h21min

“Meu nome não é Johnny” é sucesso no programa o Brasil em debate

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O Brasil em Debate com o tema Meu nome não é Johny
Livro que deu origem ao filme retrata a vida do ex-traficante carioca, João Guilherme Estrella Cerca de 500 pessoas acompanharam a palestra do terceiro ciclo do programa O Brasil em Debate realizado pela Assembleia Legislativa, na noite do dia 17, no auditório Antonieta de Barros. Os convidados eram o jornalista Guilherme Fiuza, autor do livro “Meu nome não é Johnny”, que deu origem ao filme do mesmo nome, e o produtor João Guilherme Estrella, o ex-traficante e protagonista da história. O encontro com o público catarinense foi descontraído e com intensa participação da plateia. O deputado Valdir Cobalchini (PMDB) abriu o evento em nome do presidente do Legislativo Gelson Merisio (DEM). Cobalchini lembrou que a indicação dos palestrantes foi feita pelo deputado Lício Mauro da Silveira (PP), morto em 15 de outubro. “Meu Nome não é Johnny” conta a história de João Guilherme Estrella, filho de um diretor do extinto Banco Nacional que cresceu em um bairro nobre do Rio de Janeiro, frequentou os melhores colégios, tendo amigos entre as famílias mais influentes da cidade. Carismático e popular, viveu intensamente os anos 80 e 90. Mesmo sem jamais pisar numa favela, tornou-se o maior traficante cariorca. Apesar de “não gostar de cocaína”, como disse no encontro, João Estrella chegou a consumir 100 gramas da droga por semana e a faturar 25 mil dólares com a sua venda em um mês. Era uma vida de festas, badalação, viagens, desafiando o perigo e a lei. Mas em pouco tempo o cenário das festas e do dinheiro fácil deu lugar a tribunais, cadeia e manicômio judiciário. João Estrella foi preso em 1995 e conheceu a realidade do sistema carcerário brasileiro. O jornalista Guilherme Fiuza também fazia parte do cenário da noite carioca e conhecia Estrella antes de sua prisão, onde chegou a visitá-lo. Depois da derrocada, ao contrário do que se esperava, o ex-traficante não se escondeu e, mais tarde, aceitou prontamente a proposta de Fiuza para contar os fatos reais entre o início do uso de maconha, cocaína e LSD, passando pelo tráfico, até chegar a sua prisão. Um drama denso, dolorido, estigmatizante sobre um jovem classe média alta seduzido pelo mundo da contravenção, em uma época em que o tráfico ainda era uma exclusividade da periferia. “Essa não é uma história de tráfico ou de drogas, é uma história de um “cara” muito interessante, arrojado na vida”, afirmou Fiuza. É também, na definição do escritor, um tratado sobre transgressão, um tema que para o jornalista pode ser tratado de duas formas: “Transgredir não é ruim, principalmente na juventude, mas é preciso saber como”, ponderou. O autor falou ainda sobre a complexidade da construção da obra com 60 personagens. Um trabalho que, segundo ele, foi muito além da composição artística. Foi preciso pesar os aspectos legais e o envolvimento de outras pessoas que muitas vezes não concordavam em aparecer, como atores, músicos, jornalistas, políticos e outros. “Poderíamos até piorar a situação do João com a Justiça se registrássemos outras contravenções ou crimes, por exemplo”, relatou. Desde o início da elaboração da obra escrita, Fiuza contou com apoio entusiasta do protagonista que, antes mesmo do livro estar concluído, já imaginava um filme sobre o tema, o que de fato aconteceu. “Meu nome não é Johnny” foi lançado em 2008, protagonizado pelo ator Selton Mello e pela atriz Cleo Pires, com direção de Mauro Lima que também assinou o roteiro ao lado de Mariza Leão. O filme bateu recordes de bilheteria da época, levando 2 milhões e 200 mil pessoas aos cinemas. Atualmente Estrella e Fiuza mantêm a parceria selada pelo sucesso. Mas, simultaneamente tocam outros projetos individuais. Estrella atua como produtor musical e também como músico, além de fazer a mesma palestra sozinho. Ele usa sua experiência para abordar o uso de drogas sem barreiras, “sem discursos prontos”, e principalmente, tratando os jovens como pessoas com discernimento suficente para entender que apesar do aparente “glamour” de uma parte de sua história, o uso de drogas não compensa. “Muita gente pergunta se eu não tenho medo de influenciar os jovens que foram o principal público do filme e do livro, mas eu não acho que isso possa acontecer”, definiu. Guilherme Fiuza, por sua vez, jornalista desde 1987, já trabalhou em diversos jornais, portais da internet e também como assessor político. Em política, foi editor do jornal O Globo e assinou em No Mínimo, um dos dez blogs mais lidos no país. Hoje Fiuza percorre o Brasil em palestras e lançamentos também de seu quarto e último livro. É mais uma biografia, desta vez sobre o humorista Cláudio Besserman Vianna, o Bussunda, do programa Casseta & Planeta. O jornalista também está trabalhando em um projeto de uma mini-série para a Rede Globo. Projeto aproxima comunidade e Legislativo O ano de 2010 marcou a retomada do Programa O Brasil em Debate, realizado pelo Parlamento catarinense nos anos de 2007 e 2008, e interrompido em 2009. A iniciativa nasceu com o objetivo de aproximar a comunidade do Poder Legislativo, por intermédio de palestras gratuitas com personalidades do cenário nacional. Nos dois primeiros anos, 15 palestrantes de renome como a atriz Fernanda Montenegro, o treinador Bernardinho, o médico Malcom Montgomery, o jornalista Caco Barcellos, entre outros, se apresentaram no Palácio Barriga Verde com grande aceitação popular. Em 2010, o programa voltou renovado. Desta vez, a Assembleia Legislativa interiorizou a iniciativa. Os municípios de Tubarão, no dia 14 de abril, e Joinville, no dia 20 de maio, receberam, respectivamente, o treinador de vôlei, José Roberto Guimarães, e o sexólogo Jairo Bouer. O programa foi interrompido durante o período eleitoral e reiniciou, no último dia 17, com os palestrantes João Guilherme Estrella e Guilherme Fiuza, no Auditório Antonieta de Barros, em Florianópolis.(Rossana Espezin)
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