Memória de Antonieta de Barros será ainda mais reverenciada com a mostra ‘Há de Antonieta’
A importância da professora, jornalista, escritora e deputada Antonieta de Barros é reverenciada com uma agenda de atividades promovidas pelo Parlamento catarinense em julho, que inaugurou o "Mês de Antonieta de Barros". As comemorações celebram o aniversário de nascimento e valorizam a memória da primeira mulher negra eleita deputada no Brasil em plena década de 30.
A programação começou com uma sessão especial, às 19h, no Plenário, e com a abertura de duas exposições: "Há de Antonieta", na Galeria de Arte Ernesto Meyer Filho, e "Antonietas", no espaço Cruz e Sousa. A iniciativa é dos mandatos da deputada Luciane Carminatti (PT) e do deputado Marquito (Psol).
Memória
A exposição "Há de Antonieta" reúne obras do acervo da Alesc alusivas à deputada e documentos originais mantidos pelo Centro de Memória.
Entre as preciosidades que estão expostas, as cópias originais dos discursos da deputada Antonieta de Barros. Ainda o projeto de lei que criou o Montepio dos Jornalistas e as indicações, por exemplo, que legou a Escola Profissionalizante Feminina.
Outra raridade que pode ser conferida na exposição “Há de Antonieta”, a segunda edição do livro “Farrapo de Ideias”, escrito por Antonieta de Barros, que assinava com o pseudônimo Maria da Ilha. A obra literária foi doada por Marquito ao Centro de Memória da Assembleia Legislativa. Já totalmente restaurado, o exemplar foi encontrado em um sebo de Florianópolis por um assessor do parlamentar. O exemplar da Medalha Antonieta de Barros também está na exposição.
Seis murais com informações que resgatam a memória de Antonieta de Barros estão expostos no hall do Parlamento. Em uma das placas os dizeres que enaltecem a sua importância para a educação do país. “Todo o bem que o indivíduo pode alcançar, dentro de sua existência, tem que ter a sua base na educação e cultura”, Antonieta de Barros, 1938.
Antonieta, presente
Se hoje o Dia do Professor é comemorado nacionalmente foi pela coragem de Antonieta de Barros , que está entre as três primeiras mulheres eleitas no Brasil na década de 30. A única negra. Foi eleita em 1934 deputada estadual por Santa Catarina.
A bandeira política de Antonieta era o poder revolucionário e libertador da educação para todos. O analfabetismo em Santa Catarina, em 1922, época que começou a lecionar, era de 65%. Isso porque o Estado, sobretudo pela presença alemã, aparecia com um dos índices mais altos de escolarização do país, seguido por São Paulo.
Agência AL