Ipumirim recebe seminário sobre alimentação saudável e consumo consciente
FOTO: Rodolfo Espínola/Agência AL
Ipumirim, no Meio Oeste catarinense, recebeu nesta sexta-feira (22) a quinta edição do Seminário Estadual Setembro Verde, voltado à promoção da alimentação saudável e ao consumo consciente. O evento foi realizado durante todo o dia pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa e pela Escola do Legislativo, no salão do Clube 7 de Setembro.
Proponente do evento e presidente da Comissão de Saúde, o deputado Neodi Saretta (PT) também é o autor da lei estadual (Lei 16.645/2015) que instituiu o mês Setembro Verde em Santa Catarina, com o objetivo de conscientizar a população sobre os benefícios do consumo ecologicamente sustentável e responsável.
Segundo o parlamentar, o seminário serviu para disseminar entre a população conceitos que proporcionarão uma vida mais saudável e um planeta mais sustentável. “É fundamental que a gente faça essa conexão entre o consumo de alimentos e o meio ambiente. O que colocamos no nosso prato, não afeta apenas nossa saúde, afeta o planeta e as futuras gerações”, afirmou Saretta.
Cultura alimentar
Durante o dia, o público participou de oficinas e acompanhou palestras e mesas redondas com temas como slow food, produção sustentável de alimentos, alimentação saudável e a importância do campo na qualidade da alimentação. Na abertura, a apresentação do Coral de Irani marcou o evento.
Pela manhã, Pedro Xavier da Silva, Marcos Roberto da Silveira e Philipe Belmont de Britto fizeram uma oficina sobre o movimento slow food. O objetivo foi traçar o conceito de cultura alimentar e mapear um inventário dos alimentos tradicionais do Meio-Oeste. Eles perguntam ao público quais os alimentos que não podem faltar na mesa dos habitantes da região, além de realizarem uma dinâmica sensorial.
O movimento slow food surgiu nos anos 1980 em contraposição ao fast food, conceito ligado à industrialização da alimentação e à falta de tempo imposta pela vida moderna. “A partir do processo de industrialização, a alimentação ganha um papel secundário. O slow food surge justamente para fazer um resgate da importância da alimentação, da forma como nos alimentávamos antes, de ter comida de verdade”, afirmou Silva.
Segundo os palestrantes, o slow food busca não apenas a alimentação saudável, mas o resgate da cultura alimentar de um território, que pode representar oportunidades de negócios para a agricultura familiar. “Trabalhamos com o conceito do bom, limpo e justo. Bom, porque faz bem para a saúde. Limpo, porque a produção convive de forma sustentável com o meio ambiente e a nossa saúde. Justo, por causa da justiça social, ou seja, o acesso aos alimentos e às condições justas de trabalho”, explicou Silva.
Papel do consumidor
No período da tarde, a pesquisadora Andréia Tecchio, especialista em sustentabilidade alimentar e segurança alimentar e nutricional, apresentou ao público a prática da produção sustentável de alimentos como estratégia para autonomia e segurança alimentar. Para ela, a produção sustentável tem conquistado espaço nos últimos tempos, mas ainda tem desafios pela frente.
“Falta acessibilidade à produção tecnológica, temos que ampliar a assistência técnica e criar políticas públicas que favoreçam esse tipo de produção”, comentou Andréia. “É importante também um maior diálogo entre produtores e consumidores, melhorar essa relação campo-cidade.”
Para a palestrante, o consumidor tem um papel fundamental nessa questão. É ele que tem influenciado a busca pela produção sustentável mesmo entre as grandes corporações produtoras. “O consumidor está mais exigente. Ele tem um papel fundamental na cobrança para que o alimento seja produzido de maneira mais sustentável possível”, disse. “Tanto que hoje a produção sustentável não é uma alternativa de negócio apenas para o pequeno produtor, mas, também, para o agronegócio.”
Participaram da abertura do seminário o prefeito de Ipumirim, Hilário Reffatti; o presidente da Câmara Municipal de Ipumirim, Marlon Pichler; o secretário de Agricultura de Ipumirim, João Valdomiro Nicodem; e a extensionista da Epagri Carmen Bonissoni, que articulou a realização do seminário junto à Alesc. Autoridades de Xavantina, Anchieta, Arabutã, Vargeão, Lindoia do Sul, Ipuaçu, Jaborá, Faxinal dos Guedes, Irani e Concórdia compareceram ao evento, que teve apoio de vários órgãos e entidades de municípios da região..
Agência AL