Fórum discute a construção de plano de ações para a sustentabilidade ambiental
FOTO: Giovanni Kalabaide
A construção de um plano de ações de curto, médio e longo prazo para a efetivação de uma proposta abrangente que defina as diretrizes necessárias, na agenda governamental, das demandas sociais, aliada à sustentabilidade ambiental, em especial, dos recursos hídricos, dominou o debate no Fórum Catarinense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos, que acontece nesta sexta-feira (22) na Assembleia Legislativa e que marcou a celebração do Dia Mundial da Água.
Promovido pela Comissão de Turismo e Meio Ambiente, presidida pelo deputado Marquito (Psol), autor da iniciativa, o evento reúne lideranças dos movimentos sociais do estado que observaram que os impactos do uso indiscriminado dos agrotóxicos e transgênicos, somado ao enfrentamento às mudanças climáticas, é um dos principais desafios da humanidade.
Para o deputado, o fórum é importante para trazer luz a respeito dessa pauta impactante na sociedade. “Todos aqui estão empenhados na tarefa de construir uma agenda de sustentabilidade ambiental, apresentando informações a respeito dos danos da contaminação da água por agrotóxicos”, disse.
Para ele, Santa Catarina precisa adotar uma política pública efetiva, que envolva vários atores sociais no enfrentamento desse desafio. “Para sairmos do uso indiscriminado de agrotóxicos para a transição ecológica. E isso não é complicado. Precisamos de marcos legais, legislação, enfim, incentivos para os agricultores que optem por outros meios ecológicos”, avaliou o parlamentar, destacando que em Santa Catarina há isenção para o consumo de agrotóxicos.
Rever a questão da tributação de agrotóxicos no estado foi defendida pela representante do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional de Santa Catarina (Consea-SC), Rita de Cássia Maraschin da Silva. “Santa Catarina precisa de políticas públicas urgentes que busquem a sustentabilidade ambiental”, avalia.
Os participantes do evento avaliaram que a presença excessiva de agrotóxicos na água de consumo humano é uma questão contemporânea e alarmante. Um levantamento – baseado em dados do Ministério da Saúde – apontou a existência de resíduos de 27 tipos de defensivos agrícolas na água das redes de distribuição de 1.396 cidades brasileiras.
Estudos científicos no mundo todo têm evidenciado a relação entre o uso de agrotóxicos e diversas doenças como: leucemias e outros cânceres; alterações neurológicas (como o mal de Parkinson); lesões no fígado, pele e pulmão; alergias, alterações hormonais, problemas comportamentais e de saúde mental.
Agenda única
O ambientalista e coordenador da Comissão de Regulação do Fórum Catarinense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos, Geraldo Silva Jardim, disse que a iniciativa é unir todas as pautas dos movimentos sociais para conseguir respaldo político. “A ideia é iniciar hoje a edificação de um plano abrangente, com todas as pautas unificadas para termos articulação social e política, visando o bem comum”, admitiu.
Outro representante Consea-SC, Fábio Coimbra Ferraz resumiu que o fórum vai iniciar a construção de uma agenda visando à elaboração de uma proposta de transição para a sustentabilidade ambiental no país. “Queremos ainda garantir a participação da sociedade civil nas tomadas de decisões do Governo Federal a respeito dessa pauta”, informou.
Agência AL