Deputados lamentam cheias, alertam para mais chuva e elogiam meteorologistas
Parlamentares de várias bancadas lamentaram as inundações causadas pelas chuvas torrenciais que desabaram sobre Santa Catarina, alertaram para a ocorrência de mais chuvas nesta semana e elogiaram os meteorologistas na sessão de terça-feira (10) da Assembleia Legislativa.
“Nossa solidariedade a todos os catarinenses que enfrentaram momentos muitos difíceis, a chuva afetou 137 municípios e deixou 89 deles em estado de emergência”, discursou Lunelli (MDB).
Para o deputado, as prefeituras precisarão da ajuda da Assembleia e do Executivo estadual para reconstruir o que foi destruído.
“Precisamos recuperar as cidades, reconstruir as estradas, conceder auxílio social para famílias e linhas de crédito para empresários e para agricultores”, defendeu Lunelli, que aconselhou os prefeitos a investir em desassoreamento dos rios, aumento da permeabilidade do solo e da capacidade de escoamento das águas, além de promover segurança nas encostas.
Massocco (PL), Carlos Humberto (PL) e Camilo Martins (Podemos) também destacaram a tragédia das chuvas que causaram duas mortes.
“Santa Catarina viveu dias difíceis, as fortes chuvas deixaram um rastro de destruição e vítimas. Taió ficou embaixo d’água, em Tubarão 118 pessoas foram resgatadas pelos bombeiros. Quero parabenizar o governo pelas decisões técnicas, rápidas e assertivas que evitaram tragédias maiores”, declarou Massocco, referindo-se aos Bombeiros, à Polícia Militar, à Secretaria de Infraestrutura, à Defesa Civil, Casan, Celesc, prefeitos e ao governador Jorginho Mello.
Massocco ainda alertou os catarinenses para mais um episódio de chuvas torrenciais, previsto para a metade desta semana.
“Quero alertar mais uma vez, segundo os meteorologistas, que precisam ser destacados, não erraram quase nada, foram eles que preveniram e agora estão dizendo que será mais uma semana difícil para o estado de Santa Catarina”, repercutiu Massocco.
“Mais uma vez o estado foi assolado por fortes chuvas, que caíram em praticamente todas as regiões e não em locais específicos, desta vez o estado foi castigado em todo seu território. Os alertas vieram, a Assembleia se colocou presente, os senhores deputados, os partidos, todo mundo se mobilizou, a sociedade se mobilizou, uma sociedade solidária e comunitária”, anotou Carlos Humberto.
“Só vim aqui para dizer que diante das fortes chuvas é preciso parabenizar o trabalho feito pelo governo do estado, é um serviço que estamos precisando. Também quero pedir o apoio dos colegas para moção de parabéns ao Ronaldo Coutinho. Quero que todos os nobres deputados, se puderem, que subscrevam a moção, uma vez que Ronaldo tem serviços prestados e sempre foi muito assertivo em suas comunicações”, justificou Camilo Martins.
Já Sargento Lima (PL) e Maurício Eskudlark (PL) elogiaram a atitude do governador de fechar a barragem de José Boiteux, evitando que o rio Itajaí subisse ainda mais no Vale do Itajaí.
“Que espécie de ser humano faz exigências? Cobraram, fizeram exigências ao governador para que ele pudesse acessar a barragem, salvar vidas e preservar o patrimônio. Mesmo se não houvesse autorização federal, ele fecharia as comportas e teria o nossos apoio”, garantiu Lima, referindo-se aos indígenas que residem em José Boiteux.
“Precisa de coragem e determinação para exercer o cargo de governador. Desde que Jorginho assumiu, ele já esteve em José Boiteux conversando com os indígenas, preocupado com a maior barragem de Santa Catarina e que estava desativada”, informou Eskudlark, que criticou o comportamento dos indígenas de fazerem exigências para o fechamento da barragem.
Pepê Collaço (PP) relatou na tribuna a situação de Tubarão e da região da Amurel e ressaltou as decisões tomadas pelos parlamentares para minimizar os prejuízos dos catarinenses.
“Hoje pela manhã tivemos uma reunião na Presidência da Casa para que a Assembleia possa tomar medidas enfáticas para auxiliar na recuperação do estado, seja na infraestrutura, na área social, mas também para dialogar com o estado e os municípios com leis, como a que amplia os poderes dos chefes dos executivos municipais nos momentos de crise para que tenham autonomia e dar respostas mais céleres para a população”, contou Collaço, que voltou a cobrar a dragagem do rio Tubarão.
Volnei Weber (MDB), por outro lado, destacou a necessidade de alocação de recursos para a reconstrução.
“Temos o compromisso de reconstruir, recomeçar, reerguer a cabeça, fazer com que o estado consiga oferecer condições para reiniciarem as atividades. Nessas horas precisa aparecer o braço do governo, por isso temos de ter um equilíbrio financeiro, senão não conseguiríamos retomar as atividades, por isso a importância do plano de ajuste fiscal”, destacou Weber, que elogiou a economia gerada pelo programa em nove meses, cerca de R$ 425 mi.
Padre Pedro Baldissera (PT) também lamentou as enchentes e alertou para a rapidez com que os desastres naturais se repetem.
“A Defesa Civil já no mês de agosto alertou para a possibilidade de termos uma temporada de ciclones e a UFSC publicou no final do ano passado que a maior parte do território brasileiro ou está secando ou sofrendo com cheias e aqui tivemos duas crises extremas com impactos ambientais, sociais e econômicos drásticos”, avaliou Padre Pedro, que ressaltou os períodos de estiagem e de extrema precipitação que se repetem em Santa Catarina.
Marcius Machado (PL) fez uma radiografia da Serra Catarinense e enumerou os municípios que têm problemas com a infraestrutura por causa das cheias.
“Estamos passando por um momento de angústia, de calamidade, vários municípios decretaram situação de emergência e na Serra não é diferente”, revelou Marcius, que citou os municípios de Otacílio Costa, São Joaquim, Anita Garibaldi, Urupema, Bom Jardim da Serra, Lages e Palmeira.
No final da sessão, Paulinha (Podemos) também destacou as decisões tomadas pelos deputados e anunciou que a Casa vai ajudar financeiramente o governo do estado para mitigar os efeitos das catástrofes climáticas.
Israel sob ataque
Massocco repercutiu o ataque sem precedentes na história recente de Israel perpetrado pelo grupo terrorista Hamas, que surpreendeu o mais poderoso sistema de segurança do planeta.
“Quatro dias de guerra, mais de 3 mil mortos, incontáveis feridos, cidades destruídas, crianças em gaiolas, mulheres sequestradas, estupradas, onde está chegando o ser humano? Está faltando diálogo, conversa”, avaliou Massocco, acrescentando que as “reivindicações da população palestina não podem ser confundidas com o terrorismo do grupo Hamas”.
Carlos Humberto apoiou o colega e defendeu requerimento de sua autoria dirigido ao ministro da Defesa questionando acerca da quantidade de catarinenses retidos em Israel e sobre o plano de evacuação.
“Nossa solidariedade a Israel e nossa condenação dos atos terroristas do Hamas”, indicou Jair Miotto (União).
SC-445
Rodrigo Minotto (PDT) criticou a realização de uma audiência pública para discutir a revitalização e a duplicação da SC-445, que liga a BR-101 a Içara e a Criciúma.
“É um sonho de mais de 30 anos, discutido com toda sociedade, levou mais de 12 anos para ser feito o contrato de execução, é a única obra em execução no Sul do estado”, apontou Minotto, revelando em seguida que os empresários estão preocupados com o prosseguimento da obra.
Volnei Weber concordou com o colega acerca da importância da revitalização da SC-445, mas ponderou que os comerciantes estabelecidos às margens da rodovia pediram para a Assembleia abrir um canal de diálogo, por meio dessa audiência.
“A faixa de domínio engoliu os estabelecimentos e pediram com clamor que esta Casa oportunize que eles se manifestem. Estão vendo a obra avançar e perceberam que a rodovia vai passar rente aos seus empreendimentos”, justificou Weber.
Marco Temporal
Sargento Lima (PL) comemorou na tribuna a notícia de que o presidente Lula da Silva está sendo aconselhado a não vetar o Marco Temporal das terras indígenas, recentemente aprovado pelo Senado, haja vista que a declaração de inconstitucionalidade da matéria pelo Supremo Tribunal Federal (STF) é dada como certa.
“Lula é aconselhado a não vetar o Marco Temporal e tem divergências no governo. Nosso discurso está dando certo, conseguimos bater nesta árvore e ela está quase caindo, não podemos agora desistir da posição, afrouxar o discurso, é o momento de mantermos firme o nosso propósito”, discursou Lima, acrescentando que o veto deve se restringir à questão do plantio de transgênicos e da mineração em terras indígenas.
Duas propostas para a Grande Florianópolis
Pedrão (PP) falou sobre duas propostas que apresentou para a Grande Florianópolis: o transporte marítimo e o Parque de Naufragados.
“Trouxemos duas grandes propostas para a Grande Florianópolis e que estão caminhando bem, falo do grupo de trabalho para implantação do transporte marítimo na Grande Florianópolis, que precisa olhar para o mar, as cidades já estão conectadas com o mar”, opinou Pedrão, que defendeu uma parceria com a prefeitura para municipalizar o Parque de Naufragados, transformando em monumento natural, reconhecendo as residências lá existentes como “sustentáveis”.
AGÊNCIA AL