Criada a Frente Parlamentar em Defesa da Silvicultura

FOTO: Vicente Schmitt/Agência AL

Setor que gera mais de 100 mil empregos no Estado, com mais de 1 milhão de hectares de florestas cultivadas, a silvicultura, segundo o deputado José Milton Scheffer (PP), coordenador da Frente, necessita de um plano estadual de desenvolvimento. O novo fórum de debates foi criado nesta terça-feira (5) e conta ainda com os deputados Lucas Neves (Podemos), Marcius Machado (PL), Lunelli (MDB), Mário Motta (PSD) e Altair Silva (PP).

Scheffer enfatizou que o setor de reflorestamento em Santa Catarina é altamente competitivo, porém não há políticas públicas específicas para o seu fomento. “Temos uma grande cadeia produtiva, mas não há um plano de governo para o incremento e para a discussão de questões ambientais. Vamos criar projetos neste sentido”, disse o parlamentar, que citou dados do IBGE de 2020 que atestam que 84% das florestas de pinus no Brasil estão nos estados do Sul.

Representando o secretário de Estado da Agricultura, Valdir Colatto, Tiago Miotto relatou que a pasta vem agindo para integrar o produtor com o setor produtivo, e anunciou para 2024 o Inventário Florestal. “Ainda este ano vamos divulgar os números das florestas plantadas por município, região, idade, característica florestal, sanidade vegetal e o manejo florestal para averiguar o valor agregado dos produtos.”

A criação de um comitê estadual de sanidade vegetal foi citada por Mário Veríssimo, gerente de sanidade vegetal da Secretaria, que abordou o controle biológico de pragas, como a vespa da madeira, e a meta de atingir mais 500 mil hectares de silvicultura no Estado. Luiz Torezan, da Epagri, disse que o órgão trabalha há muito tempo para levar a atividade ao pequeno produtor, associando com a pecuária num trabalho de assistência técnica e capacitação no meio rural.

Desafios e números
O presidente da Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR), José Mário Ferreira, afirmou que Santa Catarina é uma potência florestal, já que o setor é o segundo ou terceiro no PIB estadual, e pregou uma expansão da área cultivada. “Temos alguns desafios a serem enfrentados na Frente Parlamentar. A área plantada vem caindo e o ambiente é hostil no campo legislativo. Queremos eliminar obstáculos para que a silvicultura seja vantajosa para o pequeno produtor rural, maioria em nosso estado.”

O dirigente divulgou números para provar a importância econômica e social do segmento: 41empresas e um instituto de pesquisa, 1 milhão de hectares de florestas preservadas, salto expressivo no volume de exportações de 2020 para 2021, com destaque para as portas de madeira, onde o produto catarinense é responsável por 70% da produção nacional, atingindo mercados como China, Estados Unidos e Europa.