Cerca de 400 pessoas participam do Seminário Estadual Sobre Síndrome de Down no Parlamento
“O conselho que eu daria é confie em você, acredite no seu potencial. Vocês são capazes! Não desistam de seu sonho porque todo sonho vale a pena. Somos todos iguais”. Esse foi o recado inspirador transmitido pela palestrante Fernanda Schacker Machado, 32 anos, que falou a respeito de sua história como pessoa com a Síndrome de Down.
Ela ministrou a palestra “Escrevendo seu destino: superação, sonhos e força das palavras”, na 10ª edição do Seminário Estadual Sobre Síndrome de Down que tem como mote “Todos Conectados pela Inclusão! Suporte que transforma, rede que acolhe”.
A iniciativa, promovida por meio de parceria entre a Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência e a Escola do Legislativo, ocorre nesta terça-feira (25) no auditório Antonieta de Barros, no Parlamento, em Florianópolis, e reuniu cerca de 400 participantes, entre representantes das Apaes, especialistas, profissionais de saúde e famílias de pessoas com Síndrome de Down.
Para o proponente do evento, deputado José Milton Scheffer (PP), a motivação desse encontro é compartilhar vivências e desmistificar preconceitos a respeito da Síndrome de Down e promover a inclusão social. “Aqui histórias são compartilhadas. Além dos especialistas, que vêm inclusive de outros estados, temos as histórias apresentadas pelas pessoas com Down, que trazem suas vivências e experiências”, pontuou o parlamentar. “ Temos certeza que esse evento vai contribuir para avançarmos ainda mais”, aposta.
Gaúcha de Porto Alegre, Fernanda Machado é um dos retratos desse novo jeito de ser da pessoa com Síndrome de Down, que busca a sua independência pessoal e profissional. A jovem, fala a mãe, Miriam Machado, é influencer e escritora. “Tenho orgulho dela. Sempre acreditei na sua potencialidade. Porque eles são muito capazes. E eu sempre apoiei seus sonhos”, ressaltou. “A sociedade tem que se conectar em buscar a inclusão dessa população”, disse Miriam.
Agenda
Ainda de manhã, as irmãs Francisleide e Francisca Edna da Silva Maia conversaram sobre autodefensoria, demonstrando o quanto é essencial que as pessoas com Síndrome de Down tenham voz ativa sobre suas vidas.
Já à tarde há uma pausa para a exposição fotográfica com imagens registradas por jovens com Síndrome de Down, que propõem uma reflexão sobre a importância da representatividade na arte. Após, Cristina de Souza e mais cinco fotógrafos do projeto irão contar um pouco da experiência deles como fotógrafos.
Para falar de bem-estar, a pediatra, pesquisadora e especialista do Hospital Israelita Albert Einstein, Ana Claudia Brandão, trará percepções valiosas sobre “Cuidados com a saúde ao longo da vida".
E por fim, Cristinna Maria Candida da Silva, que encerra o evento, compartilha a sua história com a palestra “Minha mãe tem síndrome de Down, e daí?”. A goiana de 34 anos é filha de uma mulher com Down. “Minha infância foi igual à de outras crianças. Minha mãe me ajudou a ler, a escrever, e foi uma infância normal e comum”, disse ela contando que hoje, com 71 anos, a sua mãe já é avó.
Dados de Down no Brasil
A incidência da síndrome de Down no Brasil é de 1 em cada 700 nascimentos, o que corresponde a cerca de 270 mil pessoas com a condição. O Dia Mundial da Síndrome de Down é celebrado em 21 de março, data escolhida em referência à própria síndrome.
Agência AL