Alesc promove seminário sobre autismo em São Joaquim
Diagnóstico, intervenção multidisciplinar e familiar do autismo foram os temas abordados no seminário promovido pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Assembleia Legislativa, na cidade de São Joaquim, na serra catarinense, nesta quarta (27) e quinta-feira (28). A atividade contou com apoio da prefeitura municipal e da Apae do município.
Proposto pelos deputados Camilo Martins e Lucas Neves, ambos do Podemos, o evento reuniu familiares de pessoas com autismo, profissionais das áreas de saúde, educação, assistência social e demais interessados no tema.
“Precisamos cada vez mais compartilhar estudos a respeito do autismo, e esse é nosso objetivo, disseminar as informações que temos para promover a inclusão destas pessoas”, disse o deputado Lucas Neves.
O deputado Camilo Martins que não pôde estar presente, parabenizou por vídeo “todos aqueles profissionais que trabalham com as pessoas com autismo e suas famílias, que com dedicação fazem a diferença na vida de todos eles”.
A Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência tem o autismo como bandeira, visando contribuir para que o Estado forneça um atendimento de excelência a todos aqueles que foram diagnosticados com o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Para o presidente da Comissão, deputado Dr. Vicente Caropreso (PSDB), “Santa Catarina precisa de um centro de referência que trate de forma especializada os autistas e sirva como outra rede de apoio para suas famílias”. O parlamentar propôs uma indicação ao governo do Estado para que trate do assunto.
Em dois dias de debates, mais de 400 participantes assistiram a palestras com diversos especialistas em áreas, como, neuropediatria e nutrição.
A nutricionista Elisa Espíndola explicou sobre a importância da alimentação regrada. Segundo ela, 80% dos autistas têm dificuldade em se alimentar, e por isso, a nutrição é importante para melhorar sua qualidade de vida”.
O neuropediatra Lucas Igarashi destacou que o autismo é um transtorno genético, não tratável com remédios. “O que existem são medicações para amenizar os sintomas”. O médico acrescentou que “o diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento dos pacientes e alertou que o maior desafio ainda é lidar com o preconceito”.
Rafael de Lima é um dos casos de pessoas com TEA que sofreram com o preconceito, quando foi vítima de bullling na escola. Ele mudou para uma instituição onde foi bem acolhido. “Ganhei meu maior presente, inclusive fui eleito para participar do Parlamento Jovem, da Assembleia Legislativa, em Florianópolis”.
Quem também fez o seu relato foi o jovem Rager Daniel, de 14 anos, diagnosticado recentemente com TEA. Ele destacou a importância dos encontros. “Seminários como este são bons porque assim eu posso saber e aprender mais sobre a minha doença”, disse.
Com a colaboração de Colombo Souza e Paulo Corrêa