Região vira sinônimo de esportes de aventura

Os esportes de aventura, aqueles nos quais há maior grau de risco físico, também estão em pauta quando se trata de turismo no Alto Vale. Os municípios da região são atualmente destinos muito visados por quem busca a prática de atividades como rapel, tirolesa, canoagem ou voo livre.

Em Lontras, um dos destaques é o rapel, realizado em pontos como a Ponte 16, antiga ligação ferroviária sobre o rio Itajaí Açu e que alia emoção e belas paisagens. Apesar de apresentar uma descida de 35 metros, a estrutura é considerada ideal para iniciantes na atividade.

“A Ponte 16 é um local realmente especial, pois há uma grande facilidade de acesso, podendo-se chegar de carro até a sua cabeceira. E a sua estrutura permite uma plataforma de ancoragem equalizada e o grau de descida também é muito tranquilo”, destaca Norberto Weinrich, diretor de turismo de Ibirama e sócio de uma empresa promotora de esportes de aventura.

A atividade, disse, é procurada principalmente por pessoas entre 25 e 35 anos, provenientes de cidades como Florianópolis, Blumenau e Joinville, que buscam praticar uma atividade física em meio à natureza.

Já em Ibirama, oficialmente a Capital Catarinense do Turismo de Aventura, uma das principais atrações é a tirolesa de 92 metros de altura e 1.050 metros de extensão, que atravessa a cidade. Ela é considerada a maior tirolesa urbana do país e, de acordo com o proprietário da estrutura, Dárcio Lucas, a emoção é garantida já que além da perspectiva de belas paisagens a travessia é realizada em menos de dois minutos, em velocidades entre 60 e 70 km/h.

“Montamos essa tirolesa há dez anos e foi um sucesso. Já chegamos a atender um grupo de 158 pessoas, que desceram em uma manhã. Essa tirolesa se tornou um atrativo turístico aqui da nossa região e está levando o nome da nossa cidade para bem longe.”

A afirmação pode ser comprovada por meio do casal Lucas Gabriel de Oliveira e Maria Jamile Melo de Sousa. Moradores do município de Indaial, no Médio Vale do Itajaí, que foram até Ibirama para participar da atividade. “Eu já tinha feito a tirolesa, a princípio tive muito medo, mas depois foi uma superação muito grande e por isso agora voltei para apresentar essa adrenalina para a Jamile.” Ele disse ainda que o casal se hospedou por três dias em Ibirama para aproveitar também outras atividades radicais nos municípios vizinhos.

A 12 quilômetros de distância de Ibirama, por meio da SC-340, no município vizinho de Presidente Getúlio, outra atividade disponível é o voo livre. O piloto e instrutor Leonardo Vendrami, que já voou de parapente em diversos estados, explica que a Serra do Mirador, localizada no município, é um dos locais mais propícios para a prática da atividade em todo o país.

“A gente costuma falar que isso aqui é uma montanha mágica. O entorno conta com inúmeras cachoeiras, pelas quais se passa voando. É muito lindo isso aqui. E a condição de voo também é sensacional, com ótimas térmicas.” Segundo disse, o recorde de voo a partir da Serra do Mirador atingiu 114 km, indo até Lages.

Além dos próprios aficionados pelo voo impulsionado pela natureza, a atividade tem atraído também iniciantes, como Talita Lazzaris, moradora de Balneário Camboriú.

Ela afirma que sempre teve o sonho de voar de parapente e que recebeu a oportunidade como um presente da família pelo seu aniversário. “Acho que a motivação foi a sensação de liberdade e de aventura, que são muito legais e diferentes do que a gente tem no dia a dia. Todo mundo deveria ter essa experiência”, diz.