Manifestações da Aprasc são discutidas em plenário
Os deputados criticaram a manifestação de membros da Associação de Praças de Santa Catarina (Aprasc) na reunião da Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Assembleia Legislativa, realizada na manhã desta quarta-feira (11). “O deputado Marcos Vieira (PSDB) pediu para que as câmaras mostrassem os policiais que estavam fazendo o protesto de forma desrespeitosa, a sociedade precisa saber que esta não é a PM catarinense”, declarou Kennedy Nunes (PSD), ponderando que os membros da CFT aprovaram reajuste salarial para a Segurança Pública. “Começa na PM recebendo R$ 4,5 mil e um coronel ‘full’ (no topo da carreira) recebe R$ 25 mil”, justificou o parlamentar durante a sessão ordinária da tarde desta quarta-feira.
Kennedy argumentou que existe decisão judicial impedindo o governo de pagar indenização ao policial que está de férias. “O governo aceitou as emendas e a indenização será paga na licença maternidade, licença saúde e 13º, ficando de fora só nas férias”, esclareceu o representante de Joinville, revelando em seguida que ele e os deputados Dalmo Claro (PMDB) e Silvio Dreveck (PP) foram xingados de “vagabundos, sem vergonhas e safados” nos corredores da Casa por membros da Aprasc.
Doutor Vicente Caropreso (PSDB) relatou que foi alvo, juntamente com os deputados Serafim Venzon (PSDB) e Leonel Pavan (PSDB), de provocação idêntica. “Aconteceu há dez dias em um restaurante, falaram adjetivos impublicáveis e por pouco não acaba acontecendo um fato mais grave”, contou Caropreso, que repudiou o assédio desrespeitoso.
Gabriel Ribeiro (PSD) elogiou o discurso de Kennedy e afirmou que o momento político demanda moderação. Silvio Dreveck minimizou os xingamentos. “São atitudes isoladas de membros da Aprasc”, avaliou o Líder do Governo.
Já o deputado Dirceu Dresch (PT) responsabilizou o governo pelo impasse. “O Executivo quer empurrar goela abaixo as três medidas provisórias sem um diálogo franco, em nenhum momento debateu com os policiais."Para o deputado, a origem do problema está no aumento da folha de pessoal da Segurança Pública. “Erros foram cometidos quando aumentamos em 100% o custo da segurança nos últimos quatro anos, agora o trabalhador da ponta não pode ser responsabilizado pelo erro grave de extrapolar o teto, a responsabilidade é do Executivo”, garantiu Dresch.
Começo do fim do passe livre
Ana Paula Lima (PT) chamou de “começo do fim do passe livre” a intenção do governo do estado de alterar a lei que permite o passe livre de pedestres e ciclistas no ferryboat que faz a travessia do rio Itajaí entre os municípios de Navegantes e Itajaí. “O passe livre está valendo desde janeiro 2000 para moradores de Navegantes que estudam e trabalham em Itajaí e vice-versa. Não podemos reduzir este benefício, mas ampliá-lo para os moradores dos municípios vizinhos que fazem a travessia”, defendeu Ana Paula, que classificou de insignificante a economia de R$ 75 mil pretendida pelo governo com a diminuição do subsídio.
BR-470 para 2022
Leonel Pavan lamentou anúncio do DNIT de que o prazo para conclusão das obras de duplicação da BR-470 foi estendido em cinco anos, de 2017 para 2022. “Mais de 40% das cargas do estado passam pela BR-470 e a presidente Dilma afirmou que ‘a BR-470 para mim é uma questão de honra’, mas era uma estratégia de estelionato eleitoral, agora contingenciaram a maior parte dos recursos”, disparou Pavan.
O deputado ainda informou que 72% das obras em rodovias federais estão com investimentos comprometidos. “Não sei porque tanta gratidão pela presidente, o estado carece de investimentos federais que comprometem a economia, então por que gratidão com alguém que não tem gratidão com Santa Catarina”, desabafou Pavan.
Dresch não concordou. “O ex-presidente Lula e a presente Dilma têm muita gratidão com os catarinenses, Santa Catarina foi um dos estados em que a presidente teve mais gratidão”, registrou Dresch, enumerando a duplicação da BR-101 Sul, a construção da Ponte de Laguna e do acesso a Chapecó como sinais de respeito ao estado.
Ana Paula Lima argumentou que o discurso de Pavan é “chororô” de quem perdeu a eleição. “Deixem a mulher trabalhar, se tivesse um homem no lugar dela já teria caído, tamanha a falta de respeito”, declarou Ana Paula, que lembrou que Dilma Rousseff “salvou” a administração Raimundo Colombo. “Foram R$ 11 bilhões destinados ao estado, pergunte ao governador se ela não está sendo uma grande presidente”, sugeriu a representante de Blumenau.
Leonel Pavan devolveu a provocação. “Só faltam dizer que não deixamos a Dilma trabalhar, trabalhe Dilma, cumpra suas palavras, leve recursos para Xanxerê, trabalhe, nós não estamos entre aqueles que a querem impedir”, alfinetou o ex-governador.
Cerveja nos estádios
Manoel Mota (PMDB) defendeu a liberação da venda de cerveja nos estádios catarinenses. “O Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Goiás e Minas Gerais já liberaram”, informou Mota, completando que no jogo em que a Chapecoense venceu por três a dois o Fluminense, o clube carioca faturou R$ 230 mil com a venda das populares geladas. “Quero ajudar os times de Santa Catarina”, garantiu o representante de Araranguá.
O deputado Antônio Aguiar (PMDB), que é médico, discordou do colega de partido e afirmou que o retorno do álcool aos estádios aumentará a violência associada ao futebol. “Sou contra a venda de álcool nos estádios”, contou Aguiar.
1% donos de 99%
CesarValduga (PCdoB) criticou os altos níveis de concentração de riqueza constatados no início dos anos 2000. “Hoje 1% da população concentra 99% da riqueza mundial, esse sistema sobrevive da exploração dos juros, da indústria e dos países menos desenvolvidos”, destacou Valduga, completando que ao menor sinal de crise os integrantes do clube do 1% manobram para que o restante 99% pague a conta.
Agência AL