Espera de sete horas para registrar flagrante repercute na Assembleia
O caso de um lojista de Joinville que aguardou sete horas para registrar um flagrante em uma delegacia daquela cidade repercutiu na sessão desta terça-feira (13) da Assembleia Legislativa. “O meliante foi detido às 17h30 e o lojista, dois policiais militares e uma viatura ficaram das 19h até às duas da manhã para conseguir lavrar o flagrante”, denunciou Dalmo Claro de Oliveira (PMDB).
O deputado reconheceu o esforço da Secretaria de Segurança Pública, mas ponderou o crescimento dos assaltos. “Uma dentista foi assaltada no caixa eletrônico do Banco do Brasil e rodou por três delegacias para registrar um boletim de ocorrência (BO)”, lamentou o representante de Joinville.
Maurício Eskudlark (PSD) reconheceu o problema e defendeu a centralização de delegacias nas grandes cidades. “Precisamos nos maiores municípios de uma central de polícia para atender flagrantes, um local só, com oito, dez policiais, porque não adianta uma casa em cada bairro dizendo que é uma delegacia se não consegue registrar um BO, muito menos obter apoio do policial”, avaliou Eskudlark.
Transpacífico
Serafim Venzon (PSDB) destacou acordo comercial celebrado por países banhados pelo Oceano Pacífico, criando um dos maiores blocos comerciais do planeta, unindo os EUA, Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, Cingapura, Vietnã, Nova Zelândia, entre outros. “O isolamento escancara o atraso do Brasil nas negociações mundiais, limitando as exportações”, argumentou Venzon.
O parlamentar lembrou que o acordo prevê movimento de insumos entre os países membros. “Os produtos finais ficarão mais baratos”, informou Venzon, que criticou o governo federal por priorizar o Mercosul. “Quem sabe a atual crise acorde o governo, se ainda houver tempo de acordá-lo, e estabeleça parceria com os EUA, Japão e países asiáticos”, declarou Venzon.
Medicamentos falsificados
Fernando Coruja (PMDB) abordou na tribuna reportagem da revista Isto É, denunciando que 19% dos medicamentos vendidos no Brasil são falsificados. “Os dados são da Organização Mundial de Saúde (OMS), são dados alarmantes do ponto de vista da saúde pública”, enfatizou Coruja, informando em seguida que os medicamentos falsificados vêm principalmente do Paraguai, China e Índia.
Segundo Coruja, a falsificação é mais intensa nos suplementos alimentares, remédios para emagrecer e até em medicamentos para quimioterapia. “Nem o médico consegue verificar a falsificação, vejam a situação em que se encontra o consumidor”, ressaltou Coruja.
Recuperar a ponte ou melhorar as estradas?
Natalino Lázzare (PR) defendeu que o governo primeiro melhore a infraestrutura do estado para depois, se possível, salvar a ponte Hercílio Luz. “O assunto está tomando conta da minha região. A ponte, pela sua história, merece ser tratada com distinção especial, desde que antes o estado possa dizer que suas estradas estão em perfeitas condições”, arguiu Lázzare, que reafirmou sua confiança na lucidez do governador Raimundo Colombo.
Chá de cadeira cordial
Luciane Carminatti (PT) contou que finalmente foi recebida em audiência pelo secretário de Estado da Educação, Eduardo Deschamps. “A audiência aconteceu, mas depois de um chá de cadeira de duas horas”, revelou Carminatti, explicando logo após que foi recebida cordialmente pelo secretário.
A deputada informou que de fato a Secretaria pretende aglutinar escolas que oferecem ensino médio noturno em Chapecó. Além disso, Carminatti avisou que a Executivo enviará ao Legislativo até o final de outubro o plano de carreira do magistério. “Teremos 45 dias para analisar, fiquei muito preocupada, projeto enviado às pressas significa prejuízo social e educacional”, previu a parlamentar.
Dia do professor
Neodi Saretta (PT) lembrou na tribuna a passagem do dia do professor, celebrado na próxima quinta-feira (15). “É uma das datas mais significativas e expressivas, o professor tem papel relevante na transmissão do conhecimento, no estímulo ao crescimento pessoal e ao exercício da cidadania às crianças, jovens e adultos”, resenhou Saretta, que reconheceu que os mestres “há muitos anos atuam em condições nem sempre adequadas, com remunerações nem sempre condizentes”.
Saretta ainda destacou que desde 2011 tramita projeto de emenda constitucional de sua autoria para aumentar de 25% para 30% os gastos do estado com educação. O deputado também defendeu excluir do cálculo dos 25% para educação as despesas com inativos. “Essa questão jurídica já foi resolvida na área da saúde”, justificou Saretta.
Economia pífia
Rodrigo Minotto (PDT) ironizou a economia gerada pela transformação das secretarias de desenvolvimento regionais (SDRs) em agências de desenvolvimento. De acordo com Minotto, o Tribunal de Consta do Estado concluiu que em 2014 foram gastos R$ 418 milhões com as SDRs, contra uma previsão de economia de R$ 5 milhões anuais com a transformação. “Representa somente 1,19% dos R$ 418 milhões”, criticou.
Minotto também informou que o projeto do Executivo não traz o impacto financeiro da medida. “Vou requerer (o impacto financeiro) na Comissão de Finanças, a sociedade quer seriedade, eficiência, qualidade, não aguenta mais pagar essa conta”, desabafou o representante de Criciúma.
Crise política
César Valduga (PCdoB) afirmou que a crise vivida pelo país é mais política que econômica. “Há um esforço antipatriótico, querem paralisar o governo, empurrar a presidente para o cadafalso, os editoriais do Diário Catarinense denunciam o comportamento dos congressistas que se negam a examinar os vetos que ampliam despesas em R$ 127 bi em cinco anos”, discursou Valduga, afirmando em seguida que torce pela democracia e pela retomada do crescimento.
Compra ou aluguel
Leonel Pavan (PSDB) sugeriu que o governo do estado compre ou alugue um helicóptero para atender os turistas na região da Foz do Rio Itajaí. Para o deputado, a atual crise estimulará o turismo interno e o câmbio elevado atrairá visitantes estrangeiros, principalmente argentinos. “As autoridades da Amfri estão reivindicando um helicóptero para esta temporada, que será uma das maiores e melhores”, prognosticou Pavan.
Prefeitos sem dinheiro
Pavan destacou encontro de prefeitos em Florianópolis para discutir a realidade dos municípios diante do cenário de cortes e ajustes. “Os prefeitos estão de pires na mão, sensibilizando deputados, senadores e o governo federal para direcionar recursos aos municípios, para educação e saúde”, afirmou Pavan.
Darci de Matos (PSD) disse que ouviu de prefeitos relatos catastróficos. “Estão sem dinheiro para o 13º”, avisou o deputado, que lamentou que cerca de 70% dos impostos fique concentrado em Brasília. Julio Ronconi (PSB) concordou com Pavan e Darci. “A situação é caótica, ou se modifica o pacto federativo, destinando mais dinheiro aos municípios, ou vamos pagar um preço muito alto em um curto espaço de tempo”, advertiu o deputado.
Ponte Anita Garibaldi
Luiz Fernando Vampiro (PMDB) informou que protocolou pedido de informações questionando o DNIT sobre os R$ 40 milhões decorrentes das medidas compensatórias pela construção da ponte Anita Garibaldi, em Laguna. “A expectativa da comunidade era de que as medidas compensatórias seriam aplicadas no entorno da obra, mas não se viu um real. A notícia extraoficial é de que os R$ 40 milhões foram aplicados no Planalto Serrano”, disparou Vampiro.
Gente que inova
Jean Kuhlmann (PSD) convidou os parlamentares e catarinenses em geral para participar do lançamento da Frente Parlamentar da Inovação, que acontecerá na próxima quinta-feira (15), na Assembleia Legislativa. “Queremos uma mobilização pela inovação, para gerar valor agregado, renda e empregos”, anunciou Kuhlmann, que ressaltou a palestra do representante da cidade de Barcelona, José Piquet, que falará sobre o tema.
Festas germânicas
Darci de Matos colocou em relevo as festas germânicas que acontecem no estado, principalmente em outubro. “São mais de uma dezena de festas”, enumerou Darci, exaltando a importância da presença da cultura alemã para o estado. “Trouxeram uma culinária diversificada, gosto pelo chope e o espírito empreendedor”, declarou Darci, citando os casos de Blumenau, Joinville, Jaraguá do Sul e São Bento do Sul, municípios nos quais predomina a colonização germânica e que são exemplos de empreendedorismo.
Maçã chinesa
Gabriel Ribeiro (PSD) criticou a intenção do governo federal de liberar a importação de maçãs chinesas. “Mais de 50% da maçã produzida no Brasil é de Santa Catarina”, informou Gabriel, completando que cerca de 2,5 mil famílias cultivam maçã no estado. “Só em São Joaquim são1,8 mil produtores”, revelou Gabriel.
Sobras da construção civil
Mário Marcondes (PR) defendeu destino adequado para as sobras da construção civil. “Em apenas uma de cada cinco obras as sobras são recicladas”, informou Marcondes, que defendeu o gerenciamento desses resíduos. “O manejo inadequado resulta em impactos sociais e econômicos, como degradação ambiental, lixo em vias públicas, entupimento de bueiros, maior gasto na limpeza urbana e com saúde pública”, analisou Marcondes, que convidou os interessados para uma audiência pública dia 27 de outubro, na Alesc, para tratar da matéria.
Viaduto em Jaraguá do Sul
Doutor Vicente Caropreso (PSDB) anunciou que o viaduto que está sendo construído sobre a BR-280, em Jaraguá do Sul, ficará pronto em dezembro. “É uma obra simples, que devia ficar pronto há oito meses, o viaduto fica ao lado dos portões da WEG, é um pequeno trecho de três quilômetros que se leva até 45 minutos para percorrer”, lamentou Caropreso.
Valmir Comin (PP) também deplorou a demora na conclusão de obras públicas no país. “Quando o Fernando Henrique construiu o gasoduto Brasil-Bolívia ele colocou todos os órgãos em uma mesa, disse que era questão estratégica e, pasmem, em dois anos foi construído, mas de lá para cá nada foi feito”, criticou Comin.
Agência AL