Comissão cobra celeridade para implantação da tecnologia 5G em SC
O prazo para implantação da internet de dados móveis 5G para 247 municípios de Santa Catarina e 423 do Rio Grande do Sul, com menos de 30 mil habitantes, vai de 2026 até 2029, conforme as regras do leilão da tecnologia móvel, realizada ano passado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), mas a Unifique, empresa vencedora do lote regional para os dois estados, pretende antecipar a oferta desta nova tecnologia o quanto antes. A informação foi dada pelo diretor de Operações da empresa, Erolf Schotten, na tarde desta quarta-feira (16), durante reunião da Comissão de Economia, Ciência, Tecnologia, Minas e Energia.
O colegiado pretende convidar para próxima reunião representantes da Tim, Vivo e da Claro para falarem das metas para implantação da tecnologia na Capital e nos municípios com mais de 30 mil habitantes. O presidente da Comissão, deputado Jair Miotto (PSC), destacou que o acesso à nova tecnologia é uma das bandeiras do colegiado e que o 5G não é mais o futuro, e sim o presente no país. Salientou que tanto Florianópolis como o Estado tem vocação para novas tecnologias e que adotará modelo sugerido pela Anatel para propor uma legislação que atualize a lei e permita que Santa Catarina e seus municípios continuem na vanguarda, e façam uso pleno da 5ª geração de telefonia móvel.
Para o parlamentar, a palavra no momento para os membros do colegiado é celeridade. “A tecnologia 5G está disponível, mas precisamos fazer com que todos estes agentes interagem e as coisas fluam.” Na reunião, o representante da Unifique explicou que o prazo inicia em 2026 devido a necessidade das grandes operadoras e da Anatel de limpar a faixa de 3,5 GHz (uma das frequências da internet), que consiste em fazer uma migração das pessoas que usam TVs via antena parabólica antigas para uma banda superior, como aquelas ofertadas por antenas parabólicas menores.
A Unifique já se colocou à disposição para auxiliar as grandes operadoras e a Anatel para auxiliar nesta limpeza de frequência para que o quanto antes inicie a implantação da nova tecnologia nos municípios catarinenses e gaúchos. Erolf Schotten também falou do interesse da empresa de Timbó de oferecer o serviço “indoor” com os 26 GHz, como forma de agilizar o atendimento e cobrir aglomerados, estádios, empresas, indústrias, shoppings, órgãos públicos, entre outros empreendimentos, dependendo apenas da autorização da Anatel para implantar esse serviço.
Na opinião do deputado Jair Miotto, as empresas, indústrias, shoppings, entre outros empreendimentos não vão esperar e devem solicitar o quanto antes a autorização da Anatel para implantação do 5G em suas instalações. Ele lembrou que o 5G é uma nova tecnologia que amplia a velocidade da conexão móvel e reduz a latência, permitindo novos serviços com conexão com segurança e estabilidade, que abrem espaço para o uso de novos serviços em diversas áreas, como indústria, saúde, agricultura e na produção e difusão de conteúdos. “A tecnologia 5G trará mais velocidade para downloads e uploads e vai garantir conexões mais estáveis. Ela permitirá, por exemplo, que um milhão de aparelhos se conectem ao mesmo tempo por metro quadrado.”
Fiação em postes
Também participou da reunião o gerente da Divisão de Engenharia de Telecom da Celesc Distribuição, Marcelo Pellin, que informou que a empresa atua no setor ofertando postes de energia elétrica compartilhada para as operadoras instalarem seus equipamentos. Na sua avaliação, não há empecilhos para a implantação do 5G no estado, já que as grandes operadoras e a própria Unifique contam com estrutura para ofertar o serviço. “Eles não precisaram instalar novas fiações já que operam no estado com o 4G e outros serviços.”
Sobre as inúmeras fiações existentes nos postes, Marcelo Pellin disse que a Celesc tem ampliado as equipes de fiscalização para coibir essa proliferação. “São mais de 1,8 milhão de postes no estado e há empresas que entendem a preocupação com essa fiação e outras que não, por isso a fiscalização.” Ele relatou que há empresas piratas que instalam fiação durante à noite e nos finais de semana colocando o sistema em perigo. Informou que a Celesc tem pedido às operadoras que retirem os fios obsoletos.
O dirigente esclareceu ainda que a responsabilidade sobre a manutenção e regularização dos cabos que não são de energia é das empresas de telecomunicação e que a Celesc vai ampliar a fiscalização e cobrar a retirada.
Novos laboratórios
Na reunião também foi apresentado um ofício do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), informando que foi assinado termo de convênio com a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), que prevê a instalação de oito laboratórios de fabricação digital, prototipagem rápida e trabalho compartilhado.