Combate às drogas e violência policial são temas na sessão plenária desta quinta
Suspensa logo após os primeiros pronunciamentos, para que os deputados pudessem participar da apresentação, pelo governo do Estado, do novo plano de previdência dos servidores públicos estaduais, apenas dois temas ganharam a tribuna na sessão plenária realizada na manhã desta quinta-feira (8): o combate às drogas e a violência policial.
O deputado Ismael dos Santos (PSD) relatou a participação em duas audiências públicas promovidas pela Comissão de Prevenção e Combate às Drogas da Assembleia, a qual preside. A primeira delas, na última terça-feira (6), em Petrolândia, em que professores, estudantes, lideranças políticas e comunitárias da região do Vale do Itajaí se reuniram para tratar do uso cada vez maior de entorpecentes nas pequenas localidades do estado. "O que percebemos é que, infelizmente, as drogas já bateram em todas as 295 cidades catarinenses, mesmo nas menores, onde o álcool está sendo trocado pelo crack.”
Já na manhã de quarta, disse Ismael, o colegiado promoveu nova audiência pública para tratar da utilização, por motoristas de caminhões, de drogas como rebites, cocaína e crack, para se manterem acordados durante a jornada de trabalho. O evento ocorreu no Palácio Barriga Verde, em Florianópolis. “Foi muito bom ouvir da federação das transportadoras [Fretrancesc] a preocupação em monitorar os motoristas. Queremos avançar nesse debate, chamando para as próximas reuniões as polícias rodoviárias estadual e federal, pois o combate às drogas deve envolver o binômio prevenção e fiscalização.”
Outra informação divulgada durante o encontro foi a de que o estado catarinense alcançou a segunda colocação entre os maiores produtores de drogas sintéticas do país. “Isso é uma informação alarmante, por isso vamos continuar com essas audiências, por uma Santa Catarina sem drogas."
Já o deputado Mauricio Eskudlark (PSD) comentou os dados divulgados na 9ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que apontam um aumento nas mortes decorrentes de ações policiais.
De acordo com o estudo, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2014 foram registrados 3.022 óbitos em confrontos nos quais estiveram envolvidos policiais, quantia 37,2% maior do que 2013. Em Santa Catarina, o Anuário menciona 118 mortes com este perfil.
O parlamentar, entretanto, criticou o uso que vem sendo feito das informações. "Isso vem como manchete e o leigo pode interpretar como um aumento da violência policial, quando não é. Quando há um embate entre a bandidagem e as forças policiais, é normal aumentarem os números de mortes."
Agência AL