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Simpósio apresenta dados preocupantes da situação hídrica em Santa Catarina
O projeto Rede Guarani/Serra Geral – que reúne cientistas, pesquisadores e universidades da região Sul – apresentará a partir de terça-feira (12), parte dos resultados alcançados em mais de seis anos de estudos do sistema de aquíferos mais importante do Hemisfério Sul, e que cobre boa parte de Santa Catarina e da América do Sul. Para além de dados científicos significativos, o “Simpósio de Recursos Hídricos: Resultados e Perspectivas do Projeto Rede Guarani/Serra Geral” traça um panorama preocupante da situação da água no Estado.
O evento é promovido em parceria com o Fórum Permanente para Preservação do Aquífero Guarani e das Águas Superficiais da Assembleia Legislativa, presidido pelo deputado Padre Pedro Baldissera (PT). As conferências e debates acontecerão nos dias 12, 13 a 14 de novembro, no Plenarinho (Auditório Paulo Stuart Wright) da Alesc, em Florianópolis. Programação, inscrições e detalhes das conferências podem ser verificados no site do Projeto (www.rgsg.org.br).
Resultados
Entre os resultados considerados significativos pelos pesquisadores estão as evidências da interligação entre as águas superficiais (rios e lagos, por exemplo) e os aquíferos Guarani e Serra Geral, que perfazem mais de 50% do território catarinense.
“A situação destes aquíferos determina as vazões dos rios, e vice-versa. Toda contaminação que atinge um, atinge o outro, porque eles se comunicam”, explica o pesquisador Luiz Fernando Scheibe, doutor em geociências e professor emérito da UFSC e que integra o projeto Rede Guarani/Serra Geral. Scheibe destaca que apesar de preliminares, as informações colhidas até agora são sólidas e preocupam os estudiosos.
Outro estudo com divulgação prevista no Simpósio reforça os argumentos dos pesquisadores. Eles analisaram a qualidade da água nas maiores bacias hidrográficas do oeste de SC e sua relação com os principais usos da terra nestas regiões, e os resultados não são nada positivos. “Estudamos as bacias dos rios Canoas, do Peixe, Jacutinga, e alto rio Uruguai. Todas apresentam graus muito preocupantes de poluição, principalmente orgânica”, alerta o também integrante do grupo, pesquisador Luciano Henning.
Na visão do cientista Luiz Fernando Scheibe, os dados alcançados pelas pesquisas aumentam a urgência na revisão da gestão hídrica do Estado. “Nós estamos preparando a sugestão de um novo marco jurídico para uso e conservação da água nestes aquíferos. Estamos comprometendo a quantidade e a qualidade da água”, ressalta Scheibe.
O presidente do Fórum do Aquífero Guarani, deputado Padre Pedro, lembra que o trabalho do projeto já garante uma base para medidas por parte dos poderes públicos. “Uma questão que julgo fundamental, neste simpósio, é que apresenta dados importantes para os poderes públicos agirem. E, infelizmente, o que vemos até hoje é omissão, nos três níveis de governo, em relação à gestão hídrica”, disse o parlamentar.
Debates apontam medidas
A programação do Simpósio também traz estudos apontando alternativas, como a capacitação de agricultores para o uso de terapias não residuais (com baixo potencial de contaminação), entre elas a homeopatia, na avicultura e no tratamento de terneiros e vacas leiteiras. Ainda, um projeto mostra os resultados da utilização de produtos naturais para o controle da formiga cortadeira, cujo manejo convencional inclui grandes quantidades de agrotóxicos.
Informações no site http://rgsgsc.wordpress.com/
Cássio Turra - Assessoria de Imprensa
Deputado Padre Pedro Baldissera (PT)
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