Denúncia de irregularidades em investimentos da Casan repercute na Alesc
“Por que a Casan é sócia de uma empresa de laticínios no Rio de Janeiro?” A pergunta – ainda sem resposta – foi feita pelo deputado Matheus Cadorin (Novo) na tribuna da Assembleia Legislativa de Santa Catarina e esteve entre os principais assuntos da sessão. Cadorin denunciou supostas irregularidades em investimentos da Casan em ações de empresa do setor de laticínios do Rio de Janeiro.
Cadorin, depois de indagar por que a Casan é sócia de uma empresa de laticínios no Rio de Janeiro, fez um breve resumo de fatos relacionados à transação, e concluiu afirmando: “Estamos diante de um problema gigantesco, com um buraco de R$ 17 milhões nos cofres da empresa”.
O deputado complementou: “ A Fundação Catarinense de Assistência Social (Fucas) tinha uma dívida com a Casan e usou cotas de dois fundos de investimentos para supostamente pagar esta dívida. Esse recebimento de cotas através da quitação de valores se deu de maneira informal, não passou pelo Conselho, não tem documentação nem registro de acompanhamento formal”, descreveu Matheus Cadorin.
Prejuízo enorme
De acordo com o deputado, o diretor financeiro da época não tomou precauções quanto à confiabilidade dos fundos. Assim, quando um dos fundos foi liquidado, o valor relativo às cotas da Casan foi reinvestido no segundo fundo, que detinha as ações da empresa Sabor da Serra Laticínios. “Hoje as ações da empresa não valem nada”, denunciou Cadorin.
O deputado contou que a Casan, em resposta a pedido de informação de sua autoria, informou que procedeu a uma investigação interna e que o caso é analisado pelo Tribunal de Contas (TCE/SC). “Isso não é suficiente. Estamos falando de R$17 milhões que evaporaram”, protesta Cadorin. “Fizemos um segundo pedido de informações”, informa, acrescentando que agora o questionamento se volta para outros investimentos da empresa e para provocar o Ministério Público (MPSC) sobre um possível bloqueio de bens.
Saneamento básico
Também falando sobre a Casan, o deputado Antídio Lunelli (MDB) voltou a criticar os baixos índices de saneamento básico em Santa Catarina. Ele lamentou os dados do TCE/SC que mostram que metade dos municípios não conta com serviço de coleta e tratamento de esgoto, nem tem ações previstas para implementar.
“142 municípios estão irregulares, um descaso no passado e no presente com o saneamento”, avalia Lunelli. “A solução é investir e planejar, fazer uma gestão voltada para o futuro”, sustentou o ex-prefeito de Jaraguá do Sul, informando em seguida que existem redes coletoras com custos mais baixos e que “cada um real investido proporciona R$ 29 em benefícios sociais aos brasileiros”.