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18/07/2014 - 17h12min

SOS Desaparecidos ganha parceria da Celesc

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O filho que foi brincar com os amiguinhos ou foi para a escola e não mais apareceu, a mãe que saiu para trabalhar e não retornou para casa, o irmão que foi jogar futebol e não voltou, o avô que foi dar uma volta e não chegou ao destino. As histórias são parecidas e o mistério que envolve casos de pessoas que desapareceram pode ter as mais variadas explicações. Mas todos apontam um ponto em comum: há sempre uma mãe ou uma família aflita, em busca de respostas.

Para ajudar a solucionar esses casos, buscar respostas que expliquem um número tão elevado e divulgar imagens de desaparecidos, a Policia Militar de Santa Catarina lançou o Programa SOS Desaparecidos, em outubro de 2012. A iniciativa sensibilizou outras instituições como a Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A. – Celesc, que no início desta semana se associou ao movimento de busca e divulgação de desaparecidos no estado. A empresa iniciou a adesivagem de sua frota de veículos com informações sobre o programa.

Atualmente composta por aproximadamente mil veículos, toda a frota receberá o adesivo com o número de telefone e site onde as pessoas poderão se cadastrar e ter ajuda para solucionar casos de familiares ou ajudar na busca. O apoio da Celesc se dará também por meio de mensagem na fatura de energia e disseminação de fotos dos desaparecidos em seu site e lojas de atendimento, além de debates e ações de conscientização sobre o tema junto aos seus públicos de interesse.

“Conhecendo esse projeto pioneiro da PMSC, nós resolvemos apoiar, encarar de frente todo esse processo. Vai ser um grande desafio poder desenvolver esse projeto em conjunto com a Policia Militar, mas ao mesmo tempo uma grande honra poder servir ao lado deles para trazer um futuro de mais luz para as pessoas afetadas por esse grave problema”, ressaltou o presidente da empresa, Cleverson Siewert. A Celesc atende 92% de todo o território catarinense, em torno de 2,6 milhões unidades consumidoras.

Dados em Santa Catarina e no Brasil
Só em Santa Catarina, são registrados 3 mil casos de desaparecimento de pessoas ao ano (a média é dos últimos sete anos), de acordo com dados do Sistema Integrado de Segurança Pública (SISP). Destes, 42,6% dos casos são de crianças ou adolescentes. Apenas em Florianópolis, foram 650 registros de crianças desaparecidas no mesmo período. No Brasil, o número sobe para 200 mil, neste mesmo período, nos quais 40 mil são de pessoas com menos de 18 anos.

Graças a programas como o SOS Desaparecidos, da Polícia Militar, o estado hoje é referência na busca por desaparecidos. “Estimamos que 80% dos casos sejam resolvidos por si só, já que não envolvem crimes, necessariamente. Ainda assim, a localização é essencial. Sempre que uma pessoa desaparece, uma família inteira se desestrutura. Não saber se a pessoa que sumiu está viva ou morta, bem ou sofrendo, em que condições está é angustiante”, explica o coordenador do programa SOS Desaparecidos da Polícia Militar, major Marcus Roberto Claudino, que também é autor do livro “Mortos Sem Sepultura”, que fala trata do assunto.

Os 20% restantes são o foco principal desta rede, a SOS Desaparecidos, criada no dia 24 de outubro de 2012. São pessoas que não foram mais encontradas e podem ter sido sequestradas, estar sendo usadas no trabalho escravo (dentro ou fora do país), mantidas em cárcere privado ou até mesmo ter sido vítimas de algum outro crime, como assassinato.

Pioneirismo 
A PMSC é a única no Brasil a ter uma equipe exclusiva e especializada em desaparecimentos, dedicada na busca, divulgação e armazenamento de dados de desaparecidos. Além de disponibilizar às famílias canais para divulgar imagens e dados sobre a pessoa desaparecida, o programa auxilia na prevenção e no encaminhamento psicossocial dessas famílias.

Em menos de dois anos de atuação, o SOS Desaparecidos já localizou diretamente 126 pessoas, e recebeu mais de duas mil solicitações de ajuda do Brasil e também do exterior. Desde a sua criação, se tornou uma referência no país. Outros estados têm buscado conhecer melhor o programa com o intuito de auxiliar as diversas famílias que sofrem com o drama do desaparecimento.

Por meio da coordenadoria especializada em pessoas desaparecidas, a PMSC busca, ainda, proporcionar atendimento psicológico, psicossocial às famílias e aos desaparecidos resgatados. A maioria dos casos acontece por causa de conflitos familiares e esta é outra situação a ser tratada. As fotos dos desaparecidos também têm uma ampla divulgação. “Hoje, proporcionamos não só um atendimento imediato, mas também atendimento contínuo para o problema do desaparecimento”, informa Marcus Claudino.

Segundo o major Claudino, o trabalho preventivo e as parcerias para divulgação da coordenadoria da PMSC é muito importante para a conscientização da sociedade em relação ao problema e aos meios de ajudar a resolvê-lo.

A importância da divulgação
Os casos cadastrados no site da PMSC vão para um banco de dados onde é possível interligar informações e chegar ao encontro das pessoas desaparecidas. De acordo com Claudino, as delegacias especializadas, que são apenas três em todo o Brasil, não possuem um controle de dados, o que dificulta as buscas.

“Infelizmente só existem essas três delegacias especializadas e mesmo assim sem sistema de interligação entre elas. Um desaparecido de um estado pode facilmente estar em outro. Já tentamos criar um sistema interligado no Brasil, enviamos propostas ao Governo Federal. É uma necessidade urgente. Se tratassem os desaparecidos no país como tratam os carros, que podem ser encontrados em qualquer lugar, independente de onde partiram, seria uma maravilha”, desabafa o major.

O que fazer no caso de desaparecimento de um familiar
• Ligue imediatamente para o 190, explique o que aconteceu, com o máximo de detalhes, e registre um boletim de ocorrência na Polícia Civil.
• Quanto antes a pessoa for procurada, menos chance haverá de ela de ser levada ou atraída para fora do Estado ou até do país.

Principais ações da polícia ao tomar conhecimento de uma pessoa desaparecida:
• Buscar informações sobre o desaparecimento com pessoas próximas
• Obter uma fotografia recente, para divulgá-la
• Obter uma lista de amigos e lugares frequentados pela pessoa desaparecida
• Realizar uma pesquisa aprofundada do lugar onde a pessoa desapareceu
• Fazer uma avaliação inicial dos danos potenciais que podem acontecer à pessoa desaparecida
• Avaliar a possibilidade de trote
• Começar uma forma busca imediata
• Verificar se há ocorrências policiais envolvendo a pessoa desaparecida (agressão, ameaça etc.)

Desaparecidos na Internet
• www.adjorisc.com.br
• www.pm.sc.gov.br/desaparecidos
• www.facebook.com/sosdesaparecidospmsc

Michelle Dias
Agência AL

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