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25/06/2018 - 15h59min

Seminário em Criciúma debate autismo e adaptação curricular

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Evento no auditório da Unesc reuniu cerca de 500 pessoas nesta segunda-feira (25), em Criciúma

Debater e refletir sobre a formação do profissional que atende pessoas com deficiência no âmbito escolar. Este foi o objetivo do seminário “Autismo e Adaptação Curricular na Perspectiva da Educação Inclusiva“, realizado entre a manhã e a tarde desta segunda-feira (25) no auditório da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc). O evento, que contou com a presença de cerca de 500 pessoas, entre professores e técnicos das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes), foi promovido pela Assembleia Legislativa, com o apoio da prefeitura municipal de Criciúma e entidades voltadas ao atendimento de pessoas com deficiência.

De acordo com o deputado Ricardo Guidi (PSD), que preside a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, esta foi a 23ª capacitação organizada pelo colegiado durante o ano - a 8ª dedicada ao autismo - nos quais já participaram aproximadamente 12 mil pessoas. “Essa é mais uma das funções da comissão, de levar conhecimento, levar informações a profissionais da saúde e da educação para que, dessa forma, a gente possa promover a inclusão social e mais qualidade de vida às pessoas com deficiência e seus familiares.”

Para o deputado Valmir Comin (PP), dado o aumento no número de casos, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um tema que necessita cada vez mais da atenção do poder público, sobretudo para a promoção de ações de esclarecimento da população e formação profissional. “A premissa básica de tudo é o Parlamento, o Estado e as autoridades reconhecerem que o autismo está cada vez mais crescente em âmbito de Estado, Brasil e mundo. As estatísticas estão mostrando. E está muito incipiente ainda a questão da avaliação, de ter um diagnóstico mais preciso, a falta de profissionais tanto na área médica quanto de professores nas instituições, escolas e entidades.”

Inclusão e adaptação curricular
O seminário contou, na parte da manhã, com palestra do escritor Marcos Petry, sobre os desafios cotidianos para a inclusão social do autista. Em sua fala, ele repassou ao público sua experiência como autista e as dificuldades que precisou superar para seguir estudando. Atualmente, ele é graduado em Comunicação Institucional e possui mestrado em Design Gráfico e Produção em Publicidade.  “É uma grande emoção poder divulgar aquilo que eu acredito sobre o autismo e o que eu acredito que pode ser feito pelo autista. É uma oportunidade de divulgar novas abordagens da educação e eu adoro fazer isso, porque tem contribuído com muitas famílias. Que eles possam estimulá-las desde cedo, dar uma educação nas bases do aprendizado através do estímulo e do cotidiano.”

Na ocasião, ele também destacou o que considera importante para que se alcance uma educação mais inclusiva para o autista. “O autista é um ser que usa a visão mais do que qualquer outro sentido para aprender. Então, se puder focar no visual e no concreto, seria importante. Também seja direto, pois assim será mais fácil para os autistas gravarem e responderem mais rapidamente ao que é ensinado. Desta forma, o ensino flui melhor do que se o professor focasse em detalhezinhos, que podem ser repassados depois,  dentro do processo de educação.”

Já no período da tarde, a professora Alzira Cândido Lopes discorreu sobre política de educação especial - tema no qual é especialista - com foco na adaptação curricular e planejamento para a inclusão.

De acordo com ela, esta época do ano coincide com a chegada de um maior número de indivíduos com deficiência na rede regular de ensino, fato que acaba ocasionando uma certa apreensão em muitos professores devido a falta de conhecimentos sobre como acolher este público. Neste sentido, para melhor atender os alunos com necessidades e capacidades específicas, os profissionais precisam reavaliar a própria conduta em sala de aula. “Para você conseguir lidar com uma pessoa que você não conhece na sala e que tem algumas restrições, você precisa reaprender a trabalhar com esses indivíduos e eu penso que a maior dificuldade é a resistência com o novo.”

Alzira, que integra o grupo encarregado de  revisar a política estadual de educação especial - que em 2018 completa 12 anos de existência - também defendeu alterações que a tornem mais aberta a toda a população. Atualmente, segundo disse,  a normativa tem como objetivo principal pessoas com deficiências, TEA, altas habilidades e hiperatividade. “Hoje nós temos uma política que protege as pessoas com deficiência, mas e os demais? As crianças que não conseguem aprender e que, no entanto, não têm deficiência, quem responde por eles? Então esse é o nosso principal desafio.”

Alexandre Back
Agência AL

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