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30/11/2017 - 15h31min

Seminário discute importância das associações na inclusão dos surdos

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Apresentação teatral abriu o Seminário dos Povos Surdos realizado na Assembleia Legislativa
FOTO: Solon Soares/Agência AL

Com o objetivo de discutir a importância das associações na defesa dos direitos da população surda, a Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira e a Comissão de Defesa das Pessoas com Deficiência da Assembleia Legislativa realizaram na tarde desta quinta-feira (30), no Plenarinho Deputado Paulo Stuart Wright, a segunda edição do Seminário dos Povos Surdos. O evento teve palestras sobre a construção de uma política linguística da Língua Brasileira de Sinais (Libras), a legislação referente à Libras, entre outros temas.

Na abertura do seminário, as autoridades destacaram a necessidade das escolas bilíngues (Português e Libras) para a inclusão dos surdos. A presidente do Conselho Municipal de Educação de Florianópolis, Maria de Jesus Barros Conde, lembrou que o ensino com a língua de sinais é fundamental para o sucesso dos surdos no processo de aprendizado.

“O Brasil tem duas línguas. O ensino da Libras não é importante apenas para a comunidade surda, mas para o desenvolvimento de todo o Brasil”, disse a vice-presidente da Comissão de Direito das Pessoas com Deficiência da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Santa Catarina (OAB-SC), Dagliê Colaço.

O presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Alesc, deputado Ricardo Guidi (PSD), reforçou o comprometimento do colegiado com as questões envolvendo a comunidade surda, em especial na promoção do ensino de Libras. Ele adiantou que no ano que vem a Assembleia deve promover um curso de língua de sinais. “Nossa comissão é o elo entre as comunidades com todos os tipos de deficiência e o poder público, na busca por políticas públicas”, disse.

Direito garantido
O professor doutor André Ribeiro Reichert e a pedagoga Crisiane Bez Betti, que foram palestrantes do seminário, destacaram que o acesso ao ensino por meio da Libras é um direito garantido da comunidade surda, com base em leis nacionais e internacionais. “Infelizmente, ainda falta divulgar esse e outros conhecimentos para a população surda”, expressou Crisiane.

Reichert lembrou que até seus 12 anos, seus pais tentaram oralizá-lo, o que o deixava com a sensação de ser excluído. Quando teve contato pela primeira vez com a Libras, apesar de uma resistência inicial, Reichert afirma que, só então, pode construir sua subjetividade e passou a ter a real compreensão do mundo. “Nasci duas vezes. No mundo ouvinte, que tentou me oralizar e, depois, quando fui alfabetizado em Libras. A minha compreensão do mundo veio através das mãos”, destacou.

A alfabetização em Libras, na opinião de Reichert, só reforça a importância das associações de surdos. Como as escolas bilíngues ainda não existem em número suficiente para a real inclusão dessa comunidade, as entidades desempenham um papel importante na alfabetização. “Foi por meio da associação que eu tive meu primeiro contato com a Libras e pude ver surdos de 80 anos e perceber que eu poderia viver assim como eles vivem”, expressou o professor.

Conquista
Outra palestra do seminário foi proferida pelo modelo Jhaçanan Pettres, que foi eleito o surdo mais bonito da América Latina. Em julho deste ano, ele participou do concurso Miss & Mister Surdo Internacional, realizado em Paris. Além de ser eleito o mais bonito do continente, ficou em terceiro na disputa mundial.

“Tive que recitar uma poesia na língua internacional de sinais (Gestuno). Foi muito desafiador, uma experiência única e emocionante. Me esforcei bastante para fazer essa apresentação e representar o Brasil”, expressou. No ano que vem, Pettres vai a Taiwan para ser jurado do concurso que vai escolher o próximo mister surdo internacional.

Marcelo Espinoza
Agência AL

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