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06/06/2017 - 22h11min

Seminário debate potencial de geração de energias renováveis

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Evento teve início nesta terça-feira (6), em Chapecó, e tem sequência na quarta (7)

Estudos apontam a expansão de fontes de energias mais limpas e sustentáveis como uma tendência para as próximas décadas. São novas formas de gerar e consumir energia a partir de fontes renováveis como o sol, os ventos e a biomassa, que colaboram no combate às mudanças climáticas do planeta. Com a proposta de debater os avanços no setor e as potencialidades de Santa Catarina, Chapecó sedia, nesta terça e quarta-feira (6 e 7), a primeira edição do Seminário Internacional em Energias Renováveis. O evento reúne cerca de 700 participantes.

A iniciativa é da Fundação Científica e Tecnológica de Energias Renováveis (FCTER), com o apoio da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, de universidades, empresas, entidades e outras instituições. “É uma oportunidade de promover a consciência da sustentabilidade, apresentando alternativas em energias renováveis que podem ser implementadas com parcerias público-privadas”, disse o presidente da FCTER, Gilson Vivian.

O conselheiro da FCTER e consultor no setor de agroindústria Nadir José Cervelin pontuou alguns benefícios da implementação de soluções renováveis com sistemas de geração de energia descentralizados. Ele aposta no potencial das energias solar e eólica para alavancar o desenvolvimento econômico do estado. “São opções interessantes porque garantem produção e distribuição de energia de forma mais rápida e econômica. São investimentos menos concentrados, mais distribuídos. Não precisa fazer todo o sistema de rede para distribuição, pois já existe. Por exemplo: quem instalar um painel solar vai produzir energia para o seu consumo e o excedente pode voltar para a rede”, comentou.

Cervelin também frisou a importância da produção de biogás a partir de dejetos suínos, especialmente no Oeste do estado. “Além de contribuir para reduzir um problema ambiental, é um projeto que agrega no desenvolvimento da região .”

Políticas de incentivo
O presidente da FCTER pontuou a necessidade de uma política estadual de estímulo para produção de energia de fontes renováveis. “Temos que avançar em leis e normas que incentivem a pesquisa acadêmica, facilitem a participação de empresas atuantes nesse segmento e estimulem a geração de empregos. Precisamos buscar novos caminhos para que elas sejam economicamente viáveis”, comentou Vivian.

Ele considera fundamental a aprovação do projeto de lei (PL) 198/2015, de autoria do deputado Dirceu Dresch (PT), que estabelece condições gerais para isentar a cobrança de ICMS de sistemas de autogeração de energia elétrica, como a proveniente de placas solares. A matéria está em análise na Comissão de Constituição e Justiça do Parlamento catarinense.

“O PL impede a cobrança dupla do ICMS da energia elétrica produzida a partir da autogeração, cujo excedente seja compartilhado na rede pública de abastecimento. Santa Catarina tem um potencial extraordinário nessa área. O Estado precisa criar mecanismos e políticas para incentivar o desenvolvimento do setor. No início, pode reduzir tributos para dar um primeiro passo nessa perspectiva de termos investimentos na área”, explicou o autor da proposta. O parlamentar, membro da Comissão de Economia, Ciência, Tecnologia, Minas e Energia e integrante do Conselho da FCTER, representou a Alesc na cerimônia de abertura do seminário.

Redes inteligentes de energia
O professor colombiano Luis Eduardo Palomino Bolívar, da Universidade do Contestado (UnC), apresentou ao público o conceito de redes inteligentes de energia (smart grids). Trata-se de um sistema de energia elétrica que se utiliza da tecnologia da informação para torná-lo mais eficiente – econômica e energeticamente –, confiável e sustentável. 

“A tendência é trabalhar com dispositivos conectados de microgeração de energia de forma inteligente. As smart grids contêm componentes de geração de energia, como painéis solares ou biodigestores. Então entramos com um novo componente: um circuito eletrônico que possui um grau de inteligência dentro da rede que permite comutar as cargas e distribuir para aqueles que demandam energia”, explicou o palestrante.

Ele citou como exemplo um condomínio em que as residências possuam painéis solares instalados. “Às vezes, alguém tem o excedente de energia que o vizinho precisa. A ideia é que o sistema inteligente interconecte essas residências e faça uma distribuição de energia mais eficiente, sem precisar voltar para a rede da concessionária”

Conforme o engenheiro eletrônico, sistemas assim já estão em teste em diversos países, com destaque para os Estados Unidos. “Estamos diante de um cenário em que as energias alternativas permitirão gerar mais. Mas essa geração deve ser distribuída de forma inteligente para aqueles que precisam, sendo fornecida pelos que têm excedente”, disse Palomino.

Outros temas debatidos no primeiro dia de atividades do seminário foram o mercado fotovoltaico na Europa e o processamento eletrônico de energia elétrica a partir de fontes alternativas renováveis. Professores da Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (Uniarp) também apresentaram uma pesquisa em andamento que busca diagnosticar as condições eólicas na região Meio-Oeste de Santa Catarina.

Ludmilla Gadotti
Rádio AL

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