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23/07/2014 - 15h15min

Santiago do Sul e Joinville: os extremos das Eleições 2014 em SC

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No alto, uma das ruas principais de Santiago do Sul; abaixo, a área central de Joinville. FOTOS: Solon Soares/Agência AL

Enquanto em Santiago do Sul 1.409 eleitores se preparam para ir às urnas nas próximas eleições, em Joinville, 5.584 mesários devem ser convocados para trabalhar no pleito de outubro – um número quatro vezes maior que o eleitorado da cidade do Oeste catarinense. Esta é apenas uma das diferenças entre o menor e o maior colégio eleitoral de Santa Catarina.

Joinville, maior cidade em número de população e eleitores do estado, tem 275 vezes o número de eleitores de Santiago do Sul. Naquela cidade, pelo menos 386 mil pessoas devem comparecer em 106 locais de votação. Serão usadas 1.396 urnas. Já, em Santiago do Sul, a população vota em cinco locais, utilizando sete urnas.

Devido ao número de eleitores, Joinville é dividida em cinco zonas eleitorais. Já a pequena cidade do Oeste integra a 78ª Zona Eleitoral de Santa Catarina, ao lado de outras três cidades da região (Irati, Formosa do Sul, Quilombo).

“Para o preparo das urnas antes das eleições montamos uma verdadeira operação de guerra. O Centro de Eventos Cau Hansen é utilizado. Outro desafio é o treinamento de mais de 2 mil mesários que vão trabalhar no dia das eleições”, resumiu Carlos Ricardo Melo, chefe do Cartório da 19ª Zona Eleitoral que abrange a área Central de Joinville, onde a eleição começa a ser planejada e organizada com um ano de antecedência.

Melo observa que o trabalho pré-eleição envolve ainda reuniões com todos os partidos políticos sobre gastos, prestação de contas e propaganda eleitoral. “Contamos também com o apoio da administração municipal no dia das eleições. Cerca de 60 carros e motoristas ficam a nossa disposição”.

Independente do tamanho da cidade, a dedicação ao processo eleitoral é semelhante a dos maiores colégios eleitorais, conforme afirmou o chefe do Cartório da 78ª Zona Eleitoral, Rogério Fernandes Duarte, que abrange a cidade de Santiago do Sul. “Porém, a proporção do trabalho é menor”. Para o trabalho em Santiago do Sul, devem ser convocados 28 mesários, sendo que destes, metade recebe treinamento.

O valor do voto
Maria Casagrande Sotille tem 83 anos e é moradora de Santiago do Sul. Ex-agricultora e dona de casa, Maria tem consciência da importância do voto. ”Eu não vendo meu voto! Cada qual deve votar em quem quer que seja, desde que seja um voto honesto”, ensina a idosa. O voto, segundo ela, deve ser decidido de acordo com o que a “pessoa” representa e não o partido.

“Tem gente que pode matar que não sai daquele partido. Mas o voto deveria ser pela pessoa”, acredita a aposentada que vive na cidade onde cada voto pode decidir a eleição. Na última, para prefeito e vereadores, a diferença foi de apenas 10 votos para o atual chefe do Executivo, que derrotou o compadre nas urnas.

“Os dois tinham a festa da vitória preparada. Em cinco minutos, todos sabiam o resultado. Em cada urna tinha diferença de um dois votos. Depois, veio o resultado do interior, onde deu a virada”, lembra uma comerciante da cidade que não quis ser identificada. “Na última noite ninguém dormiu”, disse a mulher, descrevendo o clima de rivalidade na última noite antes do pleito.

Em Santiago do Sul, a população estimada pelo IBGE é de 1.414 habitantes. Segundo o TRE, há 1.409 eleitores, uma proporção de 99% entre moradores e eleitores. Por esta conta, haveria apenas 5 crianças e adolescentes não votantes na cidade. Ao ser questionado pela Agencia AL sobre a diferença mínima, Rogério Fernandes Duarte, chefe do Cartório da 78º Zona Eleitoral, com sede na cidade vizinha de Quilombo, explicou que esta característica predomina na região.

“São pessoas que já deixaram a cidade e que ainda possuem algum vínculo de parentesco ou de propriedade de terra e que preferem manter lá seu domicílio eleitoral. Os conceitos de domicílio doméstico e eleitoral são bem diferentes. Os números por si só não configuram fraude”, afirmou Duarte.

Segundo o chefe do Cartório Eleitoral, não houve indícios comprovados de fraudes nas eleições em Santiago do Sul. Este é um dos fatores para revisão eleitoral, de acordo com o artigo 58 da Resolução 21.538/2003, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Outro fator, segundo a resolução, aponta que o recadastramento deve ser realizado quando “o eleitorado for superior a sessenta e cinco por cento da população projetada para aquele ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)”.

Rony Ramos
Rádio AL

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