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06/03/2018 - 10h07min

Parlamento destaca Campanha da Fraternidade 2018 com sessão especial

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A Assembleia Legislativa, atendendo a uma proposição do deputado Padre Pedro Baldissera (PT) e da Regional Sul 4 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), promoveu na noite desta segunda-feira (5) uma sessão especial para destacar a Campanha da Fraternidade de 2018. A mobilização é uma tradição da Igreja Católica e desde 1964 marca o início do período de quaresma no Brasil. Na edição deste ano o tema escolhido foi “Fraternidade e Superação da Violência”.

O evento contou com a presença de lideranças políticas, eclesiásticas, representantes de poderes, órgãos públicos e entidades sociais.

Da tribuna, Baldissera afirmou que o Brasil, que conta com uma população equivalente a 3% da população mundial, é responsável por 13% dos assassinatos cometidos em nível mundial, sendo a maioria deles contra jovens, negros e pobres. O país, disse, também é um dos que mais fere e mata mulheres, com um histórico de agressões a povos originários e, mais recentemente, contra refugiados.

Diante deste cenário, ele considerou acertada a decisão da Igreja em colocar a questão em evidência. “A CNBB foi muito oportuna em escolher nesse ano de 2018 a superação da violência como tema da Campanha da Fraternidade. Isso porque a violência e o ódio ganharam fermento nos últimos anos e avançam não só na vida real, mas também no ambiente virtual”, disse.

Ainda em seu discurso, o parlamentar afirmou que a intenção da CNBB com a açõa é levar a sociedade brasileira a se questionar sobre qual modelo de país deseja para o futuro.  “Nós vamos alimentar um Estado de bem-estar social ou um Estado policial e penal. Esse é um questionamento que colocamos por detrás de tudo isso.”

O padre Almir José Ramos, que coordena no estado a Pastoral Carcerária do Regional Sul 4, defendeu a derrubada de algumas ideias atualmente massificadas nos meios policiais, como associar a violência às favelas e os presídios, espaços, que segundo ele, são mais caracterizados pela discriminação e exclusão, perpetrados pela própria sociedade.

Em outro ponto, ele afirmou que a mídia, costumeiramente e de forma equivocada, define o tráfico de drogas como principal fonte desencadeadora dos homicídios registrados país, quando os próprios inquéritos policiais apontam que a maioria dos casos tem motivações mais corriqueiras, tais como ciúmes, desentendimentos no trânsito ou brigas entre vizinhos.

Além de mais investimentos públicos em saúde, educação e infraestrutura, como formas de combater a exclusão, Ramos pediu mudanças no próprio comportamento social do brasileiro. “Destaca-se aqui, portanto, a importância do enfrentamento não só das violências diretas, mas das violências estruturais e culturais, em busca de uma paz positiva e sustentável.”

Já Dom João Francisco Salm, bispo da Diocese de Tubarão e presidente da CNBB Regional Sul 4, afirmou que a violência é um flagelo que atinge a todos e o seu combate exige uma união de esforços.

Neste sentido, ele convidou os parlamentares a aderirem à mobilização desencadeada pela CNBB.  “Estamos neste ato, revestido de tanto simbolismo, em um espaço de tantas discussões entre representantes do povo, por ele eleitos e incumbidos de buscar o bem comum por meio de políticas públicas e a qualquer preço, porém sempre com honestidade, promovendo a cultura da justiça, da reconciliação e da paz. Cheios de esperança, juntemos todos nós as forças que temos, para gerar processos que possibilitem superar a violência e que promovam um mundo melhor, uma sociedade justa e fraterna, um tempo novo.”

Ao final da sessão, o 1º vice-presidente da Alesc, deputado Silvio Dreveck (PP), afirmou que os parlamentares reconhecem a importância da campanha, sobretudo para a conscientização da sociedade, motivo que suscitou a realização da solenidade. “A Assembleia sente-se honrada e reconhece a importância desta sessão especial proposta pelo deputado Baldissera. Sobretudo no momento em que atravessamos, com essa onda de violência e inversão de valores que a cada dia avança mais. Acreditamos que esta campanha possibilitará amenizar este quadro, levando as pessoas a refletirem sobre o que isso representa e como dar sua contribuição.”

Homenageados
Ainda durante a sessão, foram entregues placas e certificados às pessoas e instituições que contribuíram para o fortalecimento dos ideais associados à Campanha da Fraternidade.

  • Dom João Francisco Salm, bispo da Diocese de Tubarão e presidente da CNBB Regional Sul 4;
  • Dom Wilson Tadeu Jönck, arcebispo da Arquidiocese de Florianópolis;
  • Dom Francisco Carlos Bach, bispo da Diocese de Joinville;
  • Dom Severino Clasen, bispo da Diocese de Caçador;
  • Dom Odelir José Magri, bispo da Diocese de Chapecó;
  • Dom Rafael Biernaski, bispo da Diocese de Blumenau;
  • Dom Mário Marquez, bispo da Diocese de Joaçaba;
  • Dom Nelson Westrupp, administrador apostólico da Diocese de Lages;
  • Dom Onécimo Alberton, bispo da Diocese de Rio do Sul;
  • Dom Jacinto Inácio Flach, bispo da Diocese de Criciúma;
  • Rede Marista Marista de Solidariedade;
  • Pastoral Carcerária da Regional Sul 4;
  • Rede de Desenvolvimento Comunitário Casa de Gente;
  • Associação Vida Nueva;
  • Movimento Nacional de Direitos Humanos-SC;
  • Pastoral da Juventude da Regional Sul 4;
  • Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar (Fetraf-SC);
  • Pastoral do Migrante da Arquidiocese de Florianópolis;
  • Instituto Catarinense de Juventude;
  • Marcha Mundial de Mulheres;
  • Cooperativa Comunicacional Sul – Desacato;
  • Pró Comitê de Combate e Prevenção à Tortura;
  • União de Negros pela Igualdade (Unegro);
  • Comissão Indígena Guarani Nhemonguethá;
  • Instituto Vilson Groh;
  • Central de Penas e Medidas Alternativas;
  • Irmãs da Fraternidade e Esperança de Santa Catarina;
  • Instituto Arco Íris;
  • Fazenda da Esperança Santa Paulina;
  • Associação Catarinense de Conselheiros Titulares (ACCT)

 

Alexandre Back
Agência AL

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