Parlamento aprova moção de aplauso a sindicalistas eletricitários

Durante a Ordem do Dia da sessão ordinária desta quarta-feira (8), os deputados aprovaram a moção de autoria do líder do PDT, deputado Sargento Soares, que aplaude o Sindicato dos Eletricitários de Florianópolis e Região por ação empreendida pela entidade, impedindo a deflagração do processo de privatização da Celesc S.A., depois de muitos embates. A iniciativa do parlamentar repercute a saída do presidente estadual do PMDB, Eduardo Pinho Moreira, da presidência da empresa no dia de ontem (7). Segundo Soares, os sindicalistas entraram, mesmo sem ser convidados, na reunião do Conselho Administrativo da Celesc, na quinta-feira (2), dia em que estaria em pauta, ou em processo de discussão interna, a colocação da estatal no novo mercado da bolsa de valores, que só aceita ações ordinárias. “Neste novo processo da bolsa de valores as ações preferenciais detidas pelo governo do Estado seriam transformadas em ações ordinárias, representando apenas 20% do direito de voto. Assim estaria aberto o caminho para a privatização”, comentou. O deputado Dionei Walter da Silva (PT) apoiou a manifestação de Soares e aproveitou para fazer duras críticas às atitudes do governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB). “O governador acabou com o PMDB de Joinville e vai acabar com o PMDB no estado”, disparou. Outro parlamentar que criticou a posição do governo perante as denúncias de privatização foi o líder do PP, Joares Ponticelli, principalmente ao ex-presidente da Celesc, que não respondeu às informações solicitadas por ele. “O ex-presidente e o governador devem muitas respostas à sociedade. Pinho sai dando a entender que Luiz Henrique quer privatizar a Celesc”, acusou. Ponticelli também falou sobre uma carta assinada pelo principal acionista privado da estatal, Lírio Parizoto, com relação à privatização. “Faço um desafio à bancada governista para que traga esta carta ao Parlamento”, provocou. Ele se posicionou contrário à privatização. “Vamos manter a Celesc pública.” O deputado Manoel Mota (PMDB) lamentou a manifestação de Dionei e saiu em defesa de Luiz Henrique. “Em nenhum momento comprometeu o estado. Sua história orgulha qualquer cidadão. Sou contra a privatização, mas não concordo com discursos falsos”, declarou. Já o líder do governo no Parlamento catarinense, deputado Elizeu Mattos (PMDB), afirmou que nenhum deputado da base aliada ouviu da boca do governador que a empresa será privatizada. “Vamos torcer pelo melhor. A Celesc está num bom caminho, dando lucro e orgulho para todos os catarinenses”, concluiu. Antes da aprovação da moção, o deputado Rogério Mendonça – Peninha (PMDB) destacou as principais ações de Pinho Moreira na presidência na estatal. Entre elas, a desverticalização das atividades da Celesc, que criou a Celesc Holding e duas subsidiárias integrais – Celesc Geração e a Celesc Distribuição -, e a implantação do Programa Luz para Todos, programa subsidiado pelos governos federal e estadual, que levou energia elétrica pra 40 mil famílias no meio rural. “Lamento que Pinho Moreira tenha saído da Celesc, pois foi um dos melhores presidentes da história da empresa e os resultados de sua gestão estão aí, expressados em números incontestes.” (Denise Arruda Bortolon/Divulgação Alesc)