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09/04/2018 - 13h20min

Autismo: especialista defende diagnóstico diferenciado

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FOTO: Solon Soares/Agência AL

O psicólogo José Raymundo Facion, especialista em psiquiatria infantil e neuropediatria, defendeu o diagnóstico diferenciado e elencou os principais sintomas do autismo em palestra para professores, profissionais da área e pais de autistas nesta segunda-feira (9), no salão da Igreja matriz de Cocal do Sul.

“Como não existe exame clínico e bioquímico para identificar o autismo, a gente vai pelos sintomas para comprovar se é autista ou não”, afirmou Facion.

Entre os mais de 100 sintomas já identificados, o doutor em neuropediatria citou 14, considerados os principais pela comunidade acadêmica.

O autista não se mistura com outras crianças, age como se fosse surdo, resiste ao aprendizado e às mudanças de rotina.

“Fiquem atentos quando houver um chilique do nada, pode ser mudança de rotina, por isso é importante manter e criar uma rotina, porque quanto mais fixados em uma rotina, mais se acomodam. Ou então avise acerca da mudança e repita o aviso várias vezes que daí não vai dar chilique”, ensinou.

O autista não demonstra medo de perigos reais e usa as pessoas como ferramentas.

“Ele pega sua mão para abrir a porta da geladeira, sendo que ele pode abrir”.

Apresenta risos e movimentos não apropriados à situação.

“Ele não se acopla ao meio ambiente, por isso a inclusão de autistas em escolas regulares é um enorme desafio. Nós temos um padrão e eles têm dificuldade de entrar no padrão”, avaliou o psicólogo.

A criança resiste ao contato físico.

“Sentam no colo como se fosse em uma cadeira. Faça o teste, pegue a criança, dê um abraço apertadinho e veja quanto tempo ela suporta. Eles não dão conta do aconchego, por isso fazer festa de aniversário para autista é uma tragédia, vai dar ‘tilt’, não dão conta do movimento”, observou o professor.

Além disso, o autista tem acentuada hiperatividade física e não mantém contato visual com o outro.

“Você diz ‘olha para mim’ e quando olha não olham nos seus olhos, eles têm enorme dificuldade do olho a olho”, argumentou o neuropediatra.

Manifestam apelo não apropriado por objetos, girando-os de maneira bizarra e peculiar.

“Já viram autista quando vê algo giratório? Tampa de panela, ventilador, eles adoram como se fosse a Angelina Jolie ou Catherine Zeta-Jones”, comparou Facion.

Por último, o autista pode ser agressivo e destrutivo, provocando autolesões, ou apresentar um comportamento indiferente e arredio.

“Se de vez em quando só bate na gente (pais e professores), então à medida que só bate nos outros, isso não é mais ‘autos’ e o diagnóstico pode estar incorreto”, ponderou o pesquisador.

Autista: pelo menos quatro sintomas
Segundo José Facion, um diagnóstico de autista pressupõe pelo mínimo a presença de quatro sintomas.

“Tem que apresentar pelo menos quatro sintomas, de forma repetitiva e no mínimo há seis meses. Se tiver só dois ou três, os sintomas são insuficientes para o diagnóstico. O que ele tem? Vamos procurar, talvez um quadro de formação psicótica, vai explodir com 14 anos, mas está preparando os primeiros surtos”, sugeriu Facion.

De acordo o especialista, a quantidade de sintomas e os graus de acometimento é que vão orientar o diagnóstico, isto é, se é autismo, Síndrome de Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância (TDI), asperger ou Transtorno Invasivo do Desenvolvimento Sem Outra Especificação (SOE).

Iniciativa conjunta
A palestra do professor José Raymundo Facion, que continua na parte da tarde, é uma promoção da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Assembleia Legislativa, Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira, Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE), prefeitura de Cocal do Sul e Associação Catarinense de Autismo (ACA).

Participaram da abertura os deputados Ricardo Guidi (PSD), presidente da comissão, e Valmir Comin (PP), bem como o prefeito da cidade, Ademir Magagnin, vereadores, secretários municipais e cerca de 500 professores, profissionais da área (psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos) e pais de autistas da região carbonífera.

Vítor Santos
Agência AL

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