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28/09/2016 - 15h50min

Equoterapia proporciona benefícios à saúde de pessoas com deficiência

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A equoterapia é um tipo de tratamento realizado com pessoas com deficiências ou necessidades especiais que utiliza o cavalo para promover o desenvolvimento físico e psicológico do praticante. Pesquisas apontam que a prática contribui para a melhora do equilíbrio, do relaxamento, da consciência corporal, da força muscular e o aperfeiçoamento da coordenação motora. Além disso, estimula novas formas de socialização, autoconfiança e autoestima.

O estudante Enrique Terenzi, de 16 anos, que tem paralisia cerebral, retomou as aulas de equoterapia há cerca de um ano. O primeiro contato com a atividade foi aos oito meses de idade. “Ele escolhe o que quer fazer e decidiu voltar. Está bem animado, acho que vai aproveitar mais agora. A fisioterapia tradicional acaba se tornando cansativa, chata pra ele”, falou o pai de Enrique, Hernan Terenzi, professor de bioquímica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Enrique faz equoterapia uma vez por semana na Sociedade Hípica Catarinense (SHC), em Florianópolis. Ele concilia a atividade com tratamentos de fisioterapia, fonoaudiologia e psicopedagogia, além de frequentar o nono ano do ensino fundamental no Colégio Jardim Anchieta. “Depois que fomos às Paralimpíadas no Rio, ele manifestou a vontade de começar a fazer bocha”, comentou o professor.

Hernan, que faz questão de acompanhar as aulas do filho, é capaz de listar uma série de benefícios que a equoterapia proporciona a Enrique. “Percebemos que ajuda muito na postura e no equilíbrio. Ele consegue se sentar melhor, fica mais firme na cadeira de rodas. E isso se reflete em outros exercícios que ele faz, como bicicleta, esqui adaptado, ou mesmo para usar o computador. O fato de interagir com animais também é importante. É uma terapia que deixa ele contente e relaxado.”

As sessões de Enrique com a égua Cindy são orientadas por profissionais da Associação de Equoterapia e Reabilitação Superar. A equipe é composta pela pedagoga e instrutora de equitação Luciane Poersch, pela fonoaudióloga Roze de Oliveira e pela fisioterapeuta Graciela Lobelos, todas formadas em equoterapia.

A associação atende atualmente 40 praticantes com deficiências ou necessidades especiais. “São pacientes com autismo, síndrome de Down, paralisia cerebral, traumatismo craniano, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), depressão, entre outras patologias”, descreveu Luciane. Segundo profissionais da área, a equoterapia é indicada para o tratamento dos mais diversos tipos de comprometimentos motores, mentais, emocionais e sociais. A faixa etária do público também é variada. “Aqui temos desde crianças de 2 anos e meio até idosos com 70 anos.”

A equoterapia é um método terapêutico baseado em uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação. A atividade é realizada em um picadeiro coberto, onde é montado um circuito com vários equipamentos, como bolas, arcos e argolas de diversas texturas, tamanhos, pesos e cores. O objetivo é treinar coordenação, agilidade, força, equilíbrio e percepção do movimento. “Exploramos toda essa parte e também aproveitamos o espaço da hípica, proporcionando o contato com a natureza. Pegamos um sol, vemos passarinhos, borboletas, outros cavalos. Assim o paciente acaba brincando, se distraindo. A proposta da equoterapia é que seja uma atividade lúdica e prazerosa, diferente de uma fisioterapia tradicional”, destacou a pedagoga e instrutora de equitação.

Durante a sessão, os profissionais ajudam a estimular a fala, o tato, a lateralidade, a percepção visual e auditiva, a direção, a memória, o raciocínio, a orientação espacial e temporal do paciente, entre outros aspectos. “Também tem a parte comportamental. Montar um cavalo, que é um animal tão grande, já trabalha a autoestima, a confiança”, pontuou Luciane.

Os principais benefícios proporcionados a praticantes da equoterapia, na avaliação da fisioterapeuta da Associação Superar, são o alinhamento postural, a estimulação do equilíbrio e a adequação do tônus muscular. “No caso de um comprometimento neuromotor, o maior ganho é a recuperação do equilíbrio do tronco, devido ao andar tridimensional do cavalo (para frente e para trás, para cima e para baixo, para os lados). Durante a aula, o paciente equilibra o tônus muscular, alonga, relaxa e recebe estímulo para a postura certa. Depois de um tempo, esse equilíbrio adquirido se reflete fora do cavalo”, salientou Graciela.

Para poderem atuar no tratamento das pessoas com deficiência ou necessidades especiais, os cavalos são selecionados conforme características físicas e psicológicas e treinados para a atividade. “Os animais passam por uma preparação para atuarem na equoterapia. Eles são voltados exclusivamente para essa atividade. Geralmente são cavalos mais velhos, a partir de 10 anos, mais calmos, tranquilos”, disse Graciela. “Gostamos de trabalhar com cavalos da raça crioulo, pela estatura mais baixa. Eles também têm uma boa estrutura para atender o praticante”, acrescentou Luciane.

Os trabalhos da Associação de Equoterapia e Reabilitação Superar são realizados em uma pista coberta da SHC, de segunda a quinta-feira. As sessões são individuais e têm a duração média de 30 minutos cada. A mensalidade para uma aula por semana é de R$ 450.

Pensando naquelas famílias que não têm condições financeiras de arcar com os custos, a associação desenvolve o projeto Equoterapia Cidadã. “Apresentamos a proposta para os responsáveis do futuro praticante e eles buscam o apoio de uma empresa para patrocinar o tratamento”, explicou Luciane. “Para uma empresa, o custo é pequeno. Além disso, é um projeto de responsabilidade social e tem abatimento do imposto de renda. Para nós, é muito importante poder atender esse público que não tem condições de custear a terapia. Hoje 15 dos nossos 40 alunos fazem parte do projeto”, ressaltou a pedagoga e instrutora de equitação.

Dia Estadual da Equoterapia
No ano passado, Santa Catarina incluiu no seu calendário oficial de eventos o Dia Estadual da Equoterapia, por meio da Lei 16.634. A data é comemorada em 10 de maio. O objetivo é difundir a prática junto à sociedade e homenagear os centros e as associações de equoterapia. O projeto original é de autoria do deputado Natalino Lázare (PR).

Mais informações sobre o Projeto Equoterapia Cidadã com Luciane Poersch (48) 9960-1796.

Ludmilla Gadotti
Rádio AL

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