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24/07/2014 - 16h24min

Dia Internacional da Mulher Negra é lembrado em evento na Assembleia Legislativa

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Um colóquio com entidades do Movimento Negro, envolvendo os 40 estagiários do programa Antonieta de Barros (PAB) da Assembleia Legislativa, além de debates, palestras, exibição de filmes, vão compor o evento comemorativo ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, promovido pelo PAB, nesta sexta-feira (25), na Assembleia Legislativa.

De acordo com a coordenadora de Estágios Especiais da Assembleia Legislativa, Marilú de Oliveira, os desafios que a mulher negra tem a percorrer e o quanto já se avançou nos últimos anos são os pontos principais do debate. “Pensarmos em uma coordenadoria de estágios especiais dentro do Legislativo catarinense e tendo como coordenadora uma mulher negra, faz uma diferença”.

Na avaliação de Marilú, é interessante as pessoas perceberem que a capacidade da apropriação do conhecimento se dá através das oportunidades. “O PAB busca promover oportunidades para os jovens estagiários conhecerem uma realidade diferente da sua. Os jovens que vêm para o PAB têm entre 16 e 24 anos, são moradores da periferia com renda familiar de até dois salários mínimos e meio. Só por esse pressuposto já seria importante fazer essa discussão com eles e com suas famílias”.

Durante o evento, este tipo de discussão e a troca de experiências serão pensados de maneira a possibilitar que o negro se enxergue de forma digna e que tenha orgulho de suas origens, de sua cultura, e modificar o processo já existente, caso necessário.

A programação inicia às 9 horas, e está prevista para encerrar às 18 horas. As famílias dos estagiários vão participar contando suas histórias de vida. A intenção é buscar uma interação entre as famílias, as realidades de cada um e promover debates afirmando a importância social destas pessoas. Entidades do Movimento Negro que atuam com mulheres são convidadas a tratar de temas específicos relacionados à mulher, como saúde, cultura e estética. O apresentador de televisão Edsoul será o coordenador de uma mesa de debates sobre a realidade dos jovens nas comunidades periféricas e sobre mercado de trabalho.

Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, desafios e avanços
O Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, comemorado em 25 de julho, é mais do que uma data comemorativa; é um marco internacional da luta e resistência da mulher negra contra a opressão de gênero, o racismo e a exploração de classe. Foi instituído, em 1992, no I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas, realizado em Santo Domingo, na República Dominicana, para dar visibilidade e reconhecimento à presença e à luta das mulheres negras nesse continente.

Pesquisas realizadas nos últimos anos demonstram a gravidade da situação enfrentada pela mulher negra. Ela apresenta o menor nível de escolaridade, trabalha mais, porém com rendimento mínimo, em condições precárias e de informalidade; e as poucas que conseguem romper as barreiras do preconceito e da discriminação racial e ascender socialmente necessitam se empenhar mais e abdicar de outros aspectos de suas vidas, como lazer, relacionamento, maternidade.

“Se pensarmos na relação doméstico-familiar, ainda somos as que mais precisamos da Lei Maria da Penha. O acesso ao serviço público também é mais difícil às mulheres negras, por não termos tido as melhores oportunidades de escolaridades e formação. Como precisamos trabalhar mais cedo, deixamos de estudar e não nos qualificamos para o mercado de trabalho”, explica Marilú de Oliveira para ilustrar as dificuldades históricas por que, a maioria das mulheres negras, passa .

Esta realidade, que manifesta resquícios do período de escravidão, tem sido, também, transformada através da luta e da organização das mulheres negras na América Latina e no Caribe. Apesar de ainda em desvantagem, mais mulheres e, mais mulheres negras estão se inserindo na universidade e no mercado de trabalho, estão conquistando espaços importantes na economia, na sociedade, na política. Essas mulheres estão lutando para transformar a realidade, superar as desigualdades e construir uma nova cultura na sociedade, de combate à opressão de gênero e ao racismo.

É visível o avanço no processo de empoderamento da mulher na sociedade latinoamericana e caribenha. Demonstração disto é a ascensão das mulheres ao posto mais alto do país: o de presidentas da República. Essa conquista, contudo, demonstra a necessidade de, também, priorizar-se a questão racial no enfrentamento à opressão de gênero.

Michelle Dias
Agência AL

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