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13/05/2020 - 18h03min

Deputados denunciam contratos e contestam diálogo com Executivo

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FOTO: Bruno Collaço / AGÊNCIA AL

Membros das bancadas do PSD, PSL e PL denunciaram superfaturamento em contratos do Porto de São Francisco do Sul e ironizaram diálogo com o governo do Estado durante a sessão de quarta-feira (13) da Assembleia Legislativa.

“Uma empresa foi contratada por R$ 590 mil para trabalhar 12 meses para matar pombinhos, ratos e mosquitos. De agosto de 2018 para março de 2019 o valor deveria ser R$ 603 mil, mas a realidade é outra: dispensaram a licitação e contrataram a mesma empresa por cerca R$ 2 milhões, e, para piorar, olha só a sacanagem, o contrato de R$ 590 mil era de 12 meses e o novo terá vigência de 180 dias, então serão R$ 4,2 milhões em um ano, um aumento de 596%”, denunciou Kennedy Nunes (PSD).

“Já tinha identificado essa (dispensa), mas a mais importante foi a de requisitos básicos, custou R$ 4,5 milhões e para fazer o mesmo procedimento em um pouquinho mais de um ano custou R$ 10 milhões. Só tem um jeito de resolver o problema, privatizando, vamos tirar esses canalhas”, alfinetou Jessé Lopes (PSL).

“Absurdo o contrato do porto de São Francisco do Sul. Como diz o Esperidião Amin, ‘rato magro quando vê queijo se empapuça’. A imagem que me vem à cabeça é que entrou no governo umas pessoas sem compromisso com o estado, cada um está fazendo do jeito que quer, tem denúncia no Porto e tem no sistema prisional com vídeo-monitoramento”, lamentou Maurício Eskudlark (PL).

Já os deputados Laércio Schuster (PSB) e Sargento Lima (PSL) ironizaram tentativa do Executivo de dialogar com os deputados.

“Agradeço profundamente, uma linha de telefone para falar com os deputados não resolve o problema. Venha para as cidades, conheça a realidade das famílias, conheça a realidade dos mais de 500 mil trabalhadores do estado que perderam o emprego. Desde o início tenho cobrado planejamento, pague as emendas que podem ajudar, este governo está à deriva, mais um número (de telefone) não vai resolver tudo isso”, alertou Schuster.

“O diálogo já foi buscado incessantemente, me inclua fora desta lista de pessoas que tem este telefone aí”, afirmou Lima, acrescentando que a hora é de ações.

“O que esperam de nós?”
Doutor Vicente Caropreso (PSDB) questionou na tribuna o que o cidadão espera dos deputados estaduais diante da pandemia que literalmente virou o mundo de cabeça para baixo.

“O que esperam de nós os homens que se arriscam? O que esperamos de nós mesmos? O que espera de nós o povo que nos elegeu? Que cumpramos nosso papel, sempre atentos no zelo pela saúde e bem estar, que cumpramos a missão de fiscalizar o dinheiro arrancado dos seus bolsos. Vamos atender o clamor do povo que quer saber o que está acontecendo, seremos os olhos e ouvidos para trazer a verdade à tona”, discursou Caropreso, referindo-se à CPI que investiga a compra de respiradores pela Secretaria de Estado da Saúde (SES).

Retaliação contra professor
Jessé Lopes pediu à Secretaria de Estado da Educação (SED) que retalie um professor da rede pública estadual que leciona História no município de Antonio Carlos. Segundo o deputado, o professor comparou a expressão “eu sou a Constituição”, pronunciada pelo presidente Bolsonaro, com a fala de Luiz XIV, rei da França, que disse “o estado sou eu”.

“Isso é canalhice, vamos entrar com pedido de retaliação contra o professor porque ele está mentindo para os alunos. Professor Altamiro, militante do PT, mentindo em sala de aula e ridicularizando o presidente”.

Hospitais filantrópicos
José Milton Scheffer (PP) ressaltou a importância da rede de hospitais filantrópicos no combate à pandemia e cobrou repasses de recursos.

“Santa Catarina tem nos hospitais um grande patrimônio que nos ajuda a ter capilaridade, em Três Barras, São Miguel do Oeste e Praia Grande têm hospital filantrópico. Vários projetos criaram condições para atender os hospitais, mas nem sempre o governo tem estendido a mão, muitos hospitais perderam 70% de suas receitas, faço um apelo, libere as emendas estaduais e federais para atender os hospitais”, registrou Scheffer, que sugeriu anistia nas contas de água e luz, conforme pedido do deputado Marcius Machado (PL).

Dia da abolição
Ada de Luca (MDB) lembrou a passagem do dia da abolição da escravatura, comemorado em 13 de maio.

“Hoje é dia da abolição, mas temos um abismo muito grande, negros e brancos não têm a mesmas oportunidades e reconhecimento, e quando olhamos para as mulheres, a coisa é bem pior”.

Retomada do transporte coletivo e de escolas
Ada de Luca demonstrou preocupação com as discussões em torno da retomada do transporte coletivo e das aulas.

“Quem está orientando o governador? Não é hora de errar, me causa espanto que esteja sendo discutido o retorno do transporte coletivo e a possibilidade de retornar às aulas em 1º de junho. Precisamos de orientação técnica, com profissionais de saúde. A criança no ônibus, vindo para casa contamina o pai, o avô, ela é depositária do vírus”, descreveu Ada.

Valdir Cobalchini (MDB) destacou que o secretário de Estado da Educação informou os parlamentares que no dia 15 (sexta-feira) haverá uma reunião com a SES para tratar da volta às aulas e anunciar uma data definitiva para o retorno.

O deputado pediu atenção ao transporte escolar e indicou a possibilidade de os municípios, com o auxilio do estado, remunerarem os trabalhadores parados.

“A situação dos transportadores é muito difícil, acabou completamente a renda, apenas os municípios estão remunerando, a situação é pré-falimentar”, garantiu Cobalchini.

“Se não há prestação de serviço, não tem como remunerar, mas se é servidor público, está ganhando e se é terceirizado, não podemos remunerar. Não é coerente essa proibição, os prefeitos estão inseguros, como não há posicionamento firme do governo, eles não sabem como proceder”, reconheceu Mauro de Nadal (MDB), vice-presidente da Casa.

Concórdia e Chapecó
Maurício Eskudlark cobrou do governo agilidade no auxílio aos hospitais de Concórdia e Chapecó, municípios duramente atingidos pelo coronavírus.

“Em Concórdia tem um problema grave, o governo não ajudou com UTI e não está pagando os repasses mensais. O hospital tem 16 leitos de UTI, 15 ocupados, e não está recebendo recursos. Chapecó está pedindo urgente mais 40 UTIs”, revelou Eskudlark, que defendeu a retomada das cirurgias eletivas naqueles nosocômios localizados em cidades sem casos de Covid-19.

Já o deputado Neodi Saretta (PT) denunciou que quatro respiradores que foram enviados a Concórdia não puderam ser utilizados na UTI.

Vítor Santos
Agência AL

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