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02/03/2021 - 17h49min

Deputados cobram recursos, leitos de UTI e ressuscitam hospitais de campanha

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FOTO: Bruno Collaço / AGÊNCIA AL

Diante do avanço implacável dos casos de Covid e da falta de vagas em UTIs em Santa Catarina, parlamentares cobraram ações do governo contra o coronavírus e ressuscitaram a ideia de construir hospitais de campanha durante a sessão de terça-feira (2) da Assembleia Legislativa.

“Estive em Chapecó, Xanxerê, Xaxim e Quilombo, a situação é terrível em Chapecó e toda região, no dia de ontem foram 19 óbitos. O que os prefeitos estão pedindo é a liberação de recursos, as aeronaves de transporte (de pacientes para o Espírito Santo) custam R$ 30 mil, são despesas enormes, e a Casa Civil confirmou o pagamento dessas despesas”, informou Jair Miotto (PSC).

O deputado fez um apelo aos colegas para reabilitar cerca de 300 leitos de UTI que foram desabilitados pelo Ministério da Saúde em 2020.

“Hoje temos 1.280 leitos de UTI, precisamos voltar a 1.580, há 250 pessoas na lista de espera por vaga em UTI”, afirmou Miotto.

Neodi Saretta (PT) concordou com o colega.

“O momento é gravíssimo. O Hospital São Paulo, de Xanxerê, está em colapso, não há mais espaço físico para atender a demanda, que cresce. As unidades estão  100% lotadas, são 35 na emergência, 20 deles entubados”, descreveu Saretta, que pediu o “imediato pagamento aos hospitais referentes aos meses de janeiro e fevereiro, para que possam repor os estoques de insumos”.

Quanto aos leitos de UTI, Saretta lembrou os colegas que a habilitação depende do Ministério da Saúde e que os pagamentos referentes aos leitos de UTI pela União também estão atrasados.

“As pessoas estão morrendo nas filas”, insistiu Saretta, que apelou ao governo federal para que compre vacinas. “Ainda se prendam a uma palavra, a União Europeia tem acordo com a Moderna, Pfizer, AstraZeneca, Sanofi e Johnson & Johnson. Isso tudo é desculpa, é preciso que o governo vá atrás dessas farmacêuticas, precisamos ampliar os acordos”.

Já os deputados Ivan Naatz (PL) e Ada de Luca (MDB) ressuscitaram a ideia de construir hospitais de campanha, aventada pelo Executivo no início da pandemia.

“Domingo eram 155, segunda passou para 235 e agora são 250 pessoas aguardando uma vaga na fila para UTI. Onde estão os mil leitos prometidos? E o hospital de campanha? Onde está a estrutura, porque dinheiro tem para dar com o pau, mais de R$ 1,1 bi”, discursou Naatz.

“Não tinha R$ 600 mi para comprar vagas de UTI na rede privada? Quantos leitos estão disponíveis? E o hospital de campanha, tem previsão? Qual seria o prazo para instalação? Onde seria instalado? Precisamos de ações, não de reação, a ação antecipa, planeja, mostra resultado; reação é correr atrás do prejuízo”, avaliou Ada.

Valdir Cobalchini (MDB) lamentou o cenário desesperador, mas ponderou a necessidade de unir esforços para vencer a Covid.

“O setor produtivo está pedindo um tempo, é preciso ter uma única linguagem para combater o vírus e salvar o catarinense, proteger o cidadão, as empresas e os trabalhadores”.

Não ao lockdown
Sargento Lima (PSL), Nilso Berlanda (PL), vice-presidente da Casa, e Ana Campagnolo (PSL) manifestaram-se contra o lockdown.

“Lockdown nos dias 6 e 7 (sábado e domingo), justamente quando os comerciantes ganham mais dinheiro. É início do mês, é preciso fazer a máquina girar, a economia girar”, justificou Lima.

“Os aluguéis estão vencendo, é preciso pagar salários, infelizmente o comércio varejista pede socorro. Já temos 26 cidades com estabelecimentos do varejo fechados”, informou Berlanda, que é proprietário da rede de lojas homônima.

Ana Campagnolo (PSL) também criticou o lockdown e pediu apoio dos colegas para projeto de lei de sua autoria que regulamenta a decretação de lockdown.

“O projeto impede que o estado, que o governador decrete o fechamento dos estabelecimentos comerciais sem reunião prévia com empregadores e empregados com no mínimo 48 horas de antecedência”, explicou a deputada.

Segundo Ana, na reunião o governo e as entidades que defendem o lockdown deverão comprovar com argumentos científicos a necessidade de frear abruptamente a contaminação por patógenos mortais.

Aumento dos combustíveis
Kennedy Nunes (PSD) voltou a criticar o aumento dos combustíveis e alertou que a sanha da Petrobrás por lucros pode levar a uma nova greve dos caminhoneiros.

“Outro aumento do combustível e do gás de cozinha, quinto aumento este ano, quase 37%. Por mais que o Bolsonaro zere tudo, os governos dos estados continuam cobrando ICMS. Qual a saída? Intervenção de preço. Mas isso é coisa da esquerda! Grandes coisas, a Petrobrás distribui lucros para os acionistas e o povo sofre, por que não intervir? Ou repensamos sobre o fato ou daqui a pouco o caminhoneiro vai parar”.

Pacto federativo
Diante da celeuma envolvendo os números falaciosos divulgados pelo governo federal relativos aos repasses aos estados para tratamento da Covid, Bruno Souza (Novo) defendeu um novo pacto federativo.

“O pacto federativo é uma forma de espoliar os estados. Se você der 44 reais para alguém e ele devolver R$ 21, ele não te deu R$ 21, ele ficou com a diferença. Santa Catarina manda R$ 44 bi para Brasília, que nos encaminha de volta R$ 21 bi, portanto R$ 23 bi é o custo de Brasília para Santa Catarina”, analisou.

Bruno lembrou de projeto de sua autoria que visa o encaminhamento, pelas assembleias legislativas, de proposta de emenda à Constituição Federal modificando as atribuições legislativas dos parlamentos estaduais.

Valdir Cobalchini elogiou Bruno e ressaltou que o ex-governador Luiz Henrique da Silveira foi um ferrenho defensor da descentralização.

“O seu discurso era o pacto federativo e ele aplicou aqui a descentralização, claro que alguns ajustes foram feitos, mas essa descentralização precisamos no país. O ex-deputado Fernando Coruja (MDB) também já defendia isso”, reconheceu Cobalchini.

Intimação de Jesus Cristo
Sérgio Mota (Republicanos) criticou o fechamento de uma igreja em São José e a intimação, pela autoridade constituída, de Jesus Cristo e do Senhor Universal.

“O decreto foi bem claro que de segunda à sexta-feira as igrejas podem ficar abertas com 25% da capacidade; já no sábado e no domingo podem ficar abertas sem culto, mas com atendimento individual”, informou Mota, que repudiou a intimação de Jesus Cristo e do Senhor Universal por uma autoridade policial, haja vista que no momento da abordagem não havia um responsável pelo templo no local.

Kennedy Nunes repudiou o ato.

“Tem de fazer um boletim de ocorrência, porque isso é uma afronta e um crime de intolerância religiosa”, sugeriu.

Bruno Souza, Jair Miotto e Ada de Luca manifestaram apoio a Sérgio Mota e criticaram o gesto da autoridade policial.

Agradecimento ao comando da PMSC
Ivan Naatz agradeceu o comando da Polícia Militar de Santa Catarina pelo envio de 39 policiais para Blumenau.

“Foram 62 para Itajaí; para Balneário Camboriú, 23; Blumenau com 39; e Florianópolis, 37. Sei que é pouco, a gente gostaria de ter muito mais”, registrou Naatz.

Kennedy Nunes e Sargento Lima questionaram os critérios de distribuição e Coronel Mocellin (PSL) ponderou que no caso de Itajaí, 47 policiais pediram transferência da cidade.

Sem fura-fila
Felipe Estevão (PSL) defendeu projeto de lei de sua autoria que cria um banco de dados com os nomes de todos os vacinados contra o coronavírus no estado. Segundo o representante de Laguna, o projeto evitará que pessoas furem a fila de vacinação.

“Em Bom Jardim da Serra o secretário vacinou a esposa, uma tremenda canalhice. Em Garopaba vacinaram profissionais de academia e tem município que recebeu 500 doses e só vacinou 200 pessoas”, denunciou Estevão.

Vítor Santos
Agência AL

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