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16/10/2012 - 15h16min

Consumo de alimentos seguros é um desafio para autoridades e população

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Simpósio sobre Segurança Alimentar e Nutricional

Produção de alimentos seguros e consumo alimentar aliado à transição nutricional foram os temas discutidos durante o simpósio sobre segurança alimentar, na manhã desta terça-feira (16).
Rosely Sichieri, professora do Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), apresentou dados do 1º inquérito brasileiro de consumo alimentar. Entre os exemplos citados neste relatório está a inadequação nutricional consumida, principalmente, por crianças. “Quem consome refrigerantes e biscoitos recheados ou chips é a parcela da população que apresenta grande absorção de energia, de gordura saturada, de açúcar; fatores de risco para a obesidade, hipertensão, doenças cardiovasculares, entre outros problemas”, relatou.
Consumidores destes tipos de alimentos apresentam baixa quantidade de elementos nutricionais, fibras e vitaminas no organismo. Segundo a pesquisadora, eventos como o de hoje significam uma busca de soluções para estimular a produção de alimentos saudáveis e para que as pessoas entrem em contato direto com eles em ambientes como o da escola e de hospitais. “Pelo menos nos locais onde espera-se que haja promoção da saúde, os alimentos pouco nutricionais e causadores de doenças deveriam ser banidos”, reforçou Rosely.
Dados como o elevado índice de obesidade na adolescência, com taxas que praticamente igualam-se às do México e dos Estados Unidos, também foram apresentados pela professora. Segundo ela, se nada for feito como medida de urgência, as próximas gerações terão sérios problemas. Conforme estudos, 50% das crianças brasileiras, menores de cinco anos, já consomem biscoitos e industrializados. Rosely focou, ainda, em quais alimentos são marcadores de uma alimentação saudável, como frutas, verduras e legumes, e alimentos com baixa dose de açúcar e agrotóxicos.

Agrotóxicos e seus prejuízos
Pensar em uma alimentação saudável é realmente um grande desafio. Se os industrializados são fonte de gordura, açúcar e baixa propriedade nutricional, os naturais podem ter uma concentração altamente prejudicial de agrotóxicos/químicos.
Vildes Scussel, professora e pesquisadora de Ciência e Tecnologia de Alimentos (CAL) do Centro de Ciências Agrárias da UFSC, alertou que o Brasil assumiu o posto de maior consumidor de agrotóxicos do mundo, posição antes ocupada pelos Estados Unidos. “Ninguém quer consumir alimentos com larvas ou insetos, nem os produtores querem vendê-los e exportá-los, mas precisamos pensar num meio termo para que alimentos e pessoas que os consomem sejam protegidos”.
De acordo com a pesquisadora, muitos agrotóxicos ainda são permitidos apenas no Brasil. Outros países já proibiram seu uso. A aplicação e a quantidade adequadas de aditivos químicos são as únicas formas de conter a contaminação do solo, dos rios, dos animais e, consequentemente, dos humanos.
“A absorção destes elementos pode desencadear doenças nos rins, fígado, tireóide, problemas circulatórios, digestivos, formação de tumores e até mesmo levar à morte”, afirmou Vildes. A professora lembrou, ainda, dos prejuízos que toxinas usadas para engordar aves trazem aos animais e aos homens que as consomem.
Tratamentos feitos com o uso de antibióticos em animais, como bovinos e suínos, também podem causar problemas nos consumidores finais. Segundo Vildes, existe uma legislação estabelecida no Brasil para regulamentar o uso de medicamentos, mas são raros os laboratórios que os avaliam.
Os debates continuam durante toda a tarde. Ao final do dia, encaminhamentos serão formulados para que se efetivem mudanças na produção e consumo de alimentos. (Michelle Dias)

Dados do 1º inquérito brasileiro de consumo alimentar

•         Padrões alimentares parecem associar-se ao consumo de poucos itens.
•         Não parece haver substituição dos não saudáveis pelos saudáveis. Eles entram nas mesmas casas e combinam-se nas dietas.
•         Recomendações – comer melhor, com menos calorias.

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