Combate ao crescimento de doenças meningocócicas em SC ganha destaque na Alesc
Representantes da Diretoria de Vigilância Sanitária (Dive) da Secretaria de Estado da Saúde e de uma das empresas que fornecem a vacina contra a meningite meningocócica ao Brasil participaram da reunião da Comissão de Saúde desta quarta-feira (9). Elas vieram à Assembleia Legislativa de Santa Catarina para fazer um alerta para profissionais que atuam no setor sobre a necessidade de aumentar o combate à doença.
A diretora técnica da empresa Sanofi Pasteur, Sheyla Homsoni, citou um estudo que está sendo feito em Santa Catarina pelo Ministério da Saúde para identificar o número de casos que cada variação da doença tem no estado. “Os resultados estão previstos para o próximo ano”, comentou. De acordo com ela, a meningite meningocócica tem uma característica que amplia seu perigo. “Geralmente, o adolescente e o adulto jovem ficam com a bactéria alojada na parte de trás do nariz, a nasofaringe. O problema é que eles podem passar até um ano com ela alojada sem causar nenhum problema. Mas, ao falar, tossir, espirrar, acabam transmitindo a doença”, explicou.
Sheyla considera de alta importância a campanha de vacinação contra quatro tipos de meningite meningocócica que está prevista pelo Ministério da Saúde, de forma gratuita. “Seria importante imunizar as crianças a partir dos 11 anos de idade também nas escolas”, considerou. As doses estão chegando no país e devem começar a ser distribuídas ainda em 2019 ou no início do ano seguinte.
A diretora da Dive em Santa Catarina, Maria Tereza Agostini, comentou que a situação atual é preocupante. Segundo ela, há a questão de um movimento anti-vacina e até da baixa cobertura vacinal que favorecem o crescimento da doença. Em 2019, conforme dados da Dive, já são 39 casos confirmados e o número de mortes mantém uma média considerada baixa a partir de 2018, com sete ocorrências por ano. Mas, de acordo com ela, é fundamental o esforço pela conscientização da população sobre a real necessidade de se vacinar. “Se não tiver cobertura vacinal adequada, teremos mais casos”, argumentou, inclusive para outras moléstias como difteria, cachumba, coqueluche e sarampo.
O deputado Doutor Vicente Caropreso (PSDB) reforçou a importância do debate na Alesc. “Estamos falando de uma doença que exige troca de informações e ações rápidas para, acima de tudo, dar a proteção para uma parte da população que está sujeita a transmitir a bactéria. E são justamente essas pessoas que precisamos imunizar”, citou. Na avaliação dele, todas as providencias devem ser tomadas imediatamente.
Projetos
Na mesma sessão, a Comissão de Saúde aprovou o parecer favorável do deputado José Milton Scheffer (PP) ao Projeto de Lei 290/2019. A matéria, de autoria do deputado Luiz Fernando Vampiro (MDB), determina a criação de uma campanha de conscientização e incentivo à doação de cabelos para pessoas com alopecia provocada por quimioterapia. Como tramitava em caráter terminativo, a iniciativa fica à disposição para ser votada no Plenário da Alesc.
Também teve aprovação o parecer favorável do deputado Ismael dos Santos (PSD) ao texto do Projeto de Lei 290/2019, criado pelo deputado Kennedy Nunes (PSD), que defende a instituição em Santa Catarina do Dia de Conscientização da Síndrome de Tourette. Como foi necessária a inclusão, por parte do relator, de uma emenda substitutiva para corrigir detalhes de redação da matéria, a matéria voltará para uma nova avaliação na Comissão de Constituição e Justiça.