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08/10/2015 - 17h43min

Audiências apontam déficit de políticas e equipamentos para idoso com deficiência

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Ciclo de audiências e foi encerrado nesta quinta (8), em São José. FOTO: Divulgação

A Assembleia Legislativa encerrou na tarde desta quinta-feira (8), na Câmara Municipal de São José, o ciclo de audiências públicas sobre a situação do idoso com deficiência. Segundo dados do IBGE/2010, a Grande Florianópolis possui 11.597 pessoas com deficiência intelectual. Desses, apenas 15,5% frequentam as Apaes, sendo que 25% daqueles que frequentam têm mais de 35 anos. “Apenas duas Apaes têm centro de convivência, Florianópolis e Santo Amaro, precisamos de mais ações e de mais políticas para os deficientes idosos”, cobrou Lisiane Bonatelli, coordenadora pedagógica da Apae de Florianópolis.

Cesar Maximiliano, presidente do Conselho da Criança e Adolescente de São José, informou que apenas o município de Joinville possui uma unidade de Centro-Dia, instituição pública para atendimento do deficiente, com oferta de atividades de convivência e socialização. “O último aceite do Ministério do Desenvolvimento Social para cofinanciamento de centros-dia foi em 2012, um por estado, Joinville foi o último município contemplado e no momento não há previsão de novos cofinanciamento para centros-dia”, denunciou Maximiliano.

Rose Bartucheski, presidente da FCCE, reconheceu que sem cofinanciamento do governo federal, os municípios e o estado não têm condições de construir e manter equipamentos como centros-dia. “Sem a participação do governo federal fica difícil”, enfatizou Bartucheski.

Em 2015 foram realizadas cinco audiências públicas sobre a situação do idoso com deficiência: Laguna, Urubici, Brusque, Penha e São José. A iniciativa foi da deputada Dirce Heiderscheidt (PMDB), coordenadora do Fórum Parlamentar em Defesa da Pessoa Idosa, e do deputado José Nei Ascari (PSD), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência. 

Depoimento das famílias
“Sou uma mãe de 62 anos com um filho deficiente que está envelhecendo, não gosto de pensar no assunto, se pensar, 'piro', mas é a minha realidade. Se eu morrer, ou meu filho vai comigo, ou venho buscá-lo”, declarou Vera Lúcia Porto Machado, presidente da Associação de Pais e Educandos da Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE), referindo-se à falta de políticas e de equipamentos públicos para atender o idoso deficiente.

“Tenho  65 anos e um filho autista com mais de 40, minha experiência diz que tem de existir um local para eles ficarem, eles são gente, têm limitações, precisam de ajuda”, defendeu Vera Lúcia Barboza Lopes, diretora de Comunicação Social da Associação de Pais e Amigos dos Autistas (AMA-Florianópolis). A diretora da AMA ainda denunciou falhas no cumprimento da lei. “A execução da lei continua com dificuldade, temos de trabalhar para que as atuais leis sejam cumpridas”, propôs a voluntária.

A situação atual
Segundo Janice Krasniak, secretária-executiva da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, na infância os deficientes encontram apoio na família. Na adolescência e depois de adultos frequentam escolas, como as Apaes, enquanto na velhice voltam a ser amparados apenas pelas famílias. 

“Quando a pessoa com deficiência não consegue independência, aumenta a responsabilidade dos pais. Aí vem o medo da própria morte, ‘quem cuidará do meu filho’, vem o sentimento de culpa, a preocupação com o futuro, os irmãos dão conta, onde e com quem vai morar”, descreveu Janice, justificando assim a necessidade de discutir quais programas serão priorizados pelo estado barriga verde para atender deficientes em processo de envelhecimento.

Vítor Santos
Agência AL

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