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04/11/2019 - 17h17min

SC terá semana de combate, conscientização e prevenção ao vício tecnológico

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Deputada Marlene Fengler foi a autora do projeto que instituiu a semana

Já está em vigor o novo texto da Lei 17.335/2017 instituindo em Santa Catarina a Semana de Conscientização, Orientação, Prevenção e Combate à Dependência Tecnológica. A alteração, resultante de projeto de lei de autoria da deputada Marlene Fengler (PSD), foi sancionada pelo governo do Estado e publicada no Diário Oficial do Estado no último dia de outubro. O texto prevê que ações e campanhas relacionadas à questão aconteçam anualmente sempre na última semana de março.

Pela nova lei, considera-se dependência tecnológica o uso compulsivo de internet, de jogos de videogame, computador, celular e outros dispositivos eletrônicos móveis. A parlamentar explicou que a intenção é ampliar o debate e alertar sobre o uso descontrolado da internet, especialmente entre crianças, jovens e adolescentes.

Quando apresentou o projeto, Marlene observou que campanhas como do uso do cinto de segurança ou do Outubro Rosa, por exemplo, têm contribuído para conscientizar as pessoas e salvar vidas. "Eu defendi a criação da semana de conscientização por considerar urgente e necessário que olhemos para a dependência tecnológica como um grave problema social e de saúde da nossa época", ressaltou a parlamentar, ao observar que a rapidez com que a tecnologia entrou na vida das pessoas não permitiu uma reflexão sobre os danos aos quais a sociedade como um todo estaria exposta.

Conforme a nova lei, fica a critério do poder público estabelecer parcerias com a iniciativa privada para viabilizar a realização de campanhas informativas e educativas sobre a nocividade da dependência tecnológica, envolvendo a conscientização da sociedade acerca da necessidade do controle, pelas famílias, do tempo de uso e do conteúdo acessado por crianças na internet.

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, considerado a bíblia da psiquiatria, já inclui a dependência em jogos eletrônicos em uma das seções. Já a fixação em redes sociais e mensagens instantâneas é um fenômeno tão novo que ainda nem foi classificado. Os especialistas dizem que o vício tecnológico é um problema sério, semelhante às dependências químicas, mas com um agravante: diferentemente de álcool e outras drogas, esse ainda é um campo desconhecido.

Na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi criado um centro onde as pessoas são avaliadas por psiquiatras para identificar quais problemas estariam por trás de algum tipo de dependência tecnológica. E os diagnósticos mais comuns são depressão, ansiedade, pânico e transtorno obsessivo-compulsivo. Já na Universidade de San Diego, nos Estados Unidos, foi publicado um artigo indicando que adolescentes mais expostos a dispositivos eletrônicos, como computadores, celulares e videogames, manifestaram menores níveis de autoestima, satisfação com a vida e felicidade.

O crescimento das estatísticas de atos e tentativas de suicídio e autolesão nos últimos anos coincidiu com o crescimento do uso de tecnologias digitais como celulares, computadores e acesso à internet. Os indícios de possíveis prejuízos à saúde mental de crianças e jovens pela forte inclusão desses equipamentos ao cotidiano das crianças motivaram muitos pesquisadores a buscar a existência de uma relação direta entre um fenômeno e outro. Estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que, anualmente, mais de 800 mil pessoas no mundo tiram a própria vida. O suicídio é a segunda principal causa de morte de jovens entre 15 e 29 anos.

A deputada considera que muitos sinais de alerta emitidos por dependentes da tecnologia, especialmente crianças e adolescentes, podem não ser percebidos pelas pessoas próximas a eles por falta de informações claras e precisas sobre os efeitos do vício tecnológico. Há casos, lembrou Marlene, que os pais podem até estimular os filhos a se tornarem dependentes da tecnologia, quando não controlam o uso em excesso por falta de informação ou comodismo.

A parlamentar defende que o debate sobre a questão seja levado às escolas e incluído nos calendários de ações das secretarias de Estado da Saúde e da Educação. "O poder público precisa abraçar essa causa e fazer a sua parte na conscientização e orientação à população sobre os danos que podem decorrer do vício tecnológico", finalizou.

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