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26/11/2019 - 18h00min

Marlene faz discurso emocionado sobre violência contra mulher e feminicídios

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Deputada Marlene Fengler
FOTO: Bruno Collaço / AGÊNCIA AL

A deputada Marlene Fengler (PSD) fez, na sessão desta terça-feira (26), um emocionado pronunciamento na tribuna propondo aos parlamentares uma reflexão que considerou urgente e necessária sobre o aumento dos casos de violência contra as mulheres e feminicídio em Santa Catarina. Marlene iniciou seu discurso lembrando que na noite anterior homenageou com a Comenda do Legislativo a delegada Patrícia Zimmermann D'Ávila, coordenadora das Delegacias de Polícia de Atendimento à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMIs) pela luta incansável em tentar humanizar a atuação da polícia civil no atendimento às mulheres vítimas de violência e suas famílias. 

A parlamentar contou que, após o evento, ao chegar em casa ficou bastante abalada ao saber do assassinato de Cristiane Arenhard, 32 anos, filha de uma família conhecida de Itapiranga, numa pequena comunidade vizinha que a parlamentar nasceu. A jovem foi assassinada a facadas porque queria se separar do companheiro. Ela havia denunciado as agressões à polícia e ao retornar para casa foi assassinada. Com mais este, Santa Catarina contabiliza 53 casos de feminicídio este ano. "Ela foi morta justamente no Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, 25 de novembro. E o caso da Cristiane está longe de ser só mais um", disse a parlamentar.

A ONU Mulheres apresentou nessa segunda-feira um relatório mostrando que 17,8% das mulheres no planeta, ou cerca de uma em cada cinco, relataram violências física ou sexual de seus companheiros nos últimos 12 meses. Em Santa Catarina, os casos de feminicídios aumentaram no primeiro semestre de 2019, cerca de 40% em relação ao ano passado.

A falta de autonomia econômica é um dos fatores que empurram as mulheres a se manterem em relações violentas e abusivas, de acordo com pesquisa da ONU Mulheres, que também alerta sobre o fato que em algum momento, essas mulheres já terem procurado ajuda, que falhou. Marlene conclamou seus pares para uma reflexão sobre a banalização da violência, do desrespeito e da intolerância. "A gente tem acompanhado na mídia, nas redes sociais, visões extremistas, pessoas querendo acima de tudo ter razão, que sua opinião prevaleça sempre. E nos casos de violência contra as mulheres, a prevalência do machismo e do sentimento de posse. Para esses homens que agridem e matam, a mulher é propriedade deles e se ela não aceita essa condição, ele bota um ponto final, matando a companheira. Não conversa, não dialoga, mata", disse.

A deputada defendeu que o debate sobre a questão se espalhe nas famílias, nas escolas e em outros espaços. Lembrou que a Comissão de Direitos Humanos e a Bancada Feminina da Alesc  já se uniram a várias outras instituições que atuam na prevenção e enfrentamento da violência contra as mulheres, para criar uma rede efetiva, concreta e integrada. "É necessário que haja clareza sobre o caminho a percorrer quando essa mulher tiver a coragem de denunciar, para que ela tenha confiança no sistema público, espaço adequado onde formalizar a denúncia e, especialmente, tenha garantia de que a vida dela será preservada", destacou. A deputada também defendeu a definição de ações que propiciem a qualificação de mulheres para criar oportunidades a elas de inserção no mercado de trabalho, como forma de enfrentarem à submissão financeira imposta por seus companheiros. E, além da punição prevista legalmente, Marlene acredita que os agressores precisam de acompanhamento psicológico para romper com o padrão letal de comportamento. "Precisamos juntos fortalecer a rede de proteção para atuar desde a conscientização, educação, prevenção, punição e recuperação de todos os envolvidos nesse drama que é violência contra a mulher e o feminicídio. Não há trégua enquanto não conseguirmos evitar que mais famílias sejam destruídas", finalizou.

Após o pronunciamento vários parlamentares manifestaram apoio à fala de Marlene. Moacir Sopelsa (MDB) considerou que há falta de diálogo e de humanidade. Ricardo Alba (PSL) observou que como oficial de Justiça testemunhou muitos casos de violência doméstica e ressaltou que a proteção à mulher deve ser reforçada em todos os aspectos. A deputada Ada de Lucca (MDB) lembrou de sua trajetória em defesa dos direitos das mulheres e considerou que há pais que estimulam os filhos a revidarem agressões. Luciane Carminatti (PT) destacou a necessidade de se construir políticas públicas em defesa das mulheres e Kennedy Nunes (PSD), presidente da Unale, disse que as vítimas precisam ter o direito de ficarem com os filhos em suas casas e os agressores é que devem sair.


Rossani Thomas
Assessoria de Imprensa Dep. Marlene Fengler
Assembleia Legislativa de Santa Catarina
Fone: (48) 3221 2692 / (48) 9 9963 3236
rossanithomass@gmail.com

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