Ana Paula critica proposta da Febraplan de novo sistema de saúde para o país
A deputada estadual Ana Paula Lima (PT/SC) criticou hoje (09), na Assembleia Legislativa, a proposta de um novo sistema de saúde para o País que fez a recém criada Federação Brasileira de Planos de Saúde (Febraplan) ao Ministério da Saúde, deputados federais e senadores.
“Por que uma Federação com interesses privados quer opinar sobre o Sistema Único de Saúde do nosso país? Na verdade, pleiteia a transferência de recursos públicos do SUS para os planos de saúde privados”, sentenciou.
Segundo a deputada, em síntese, o SUS ficaria responsável, no máximo, pela atenção básica e os planos de saúde assumiriam a assistência de média e alta complexidade para os que podem pagar. “E como ficam os que não podem pagar? Respondo: sem assistência!”, frisou.
A parlamentar disse que a iniciativa vai de encontro à Organização das Nações Unidas (ONU) que estabeleceu o alcance da cobertura universal de serviços de saúde para todos e em todos os países, um objetivo mundial até 2030, na perspectiva de um avanço civilizatório da humanidade.
“Em 2018, pela constituição de 1988, faz 30 anos que o Brasil incorporou essa decisão política histórica de construir um sistema público de saúde espelhado nos melhores do mundo, como Inglaterra e Canadá”, ressaltou.
Segundo Ana Paula, o SUS se consolidou como um sistema de acesso universal que abarca a integralidade da atenção à saúde como um direito de cidadania e teve grandes avanços e resultados.
“Presta serviços inestimáveis à vida cotidiana dos 207 milhões de brasileiros, como vigilância sanitária e multivacinação.” A deputada acrescentou que o SUS é responsável por serviços preventivos, curativos e de reabilitação para os cerca de 160 milhões de brasileiros que não possuem planos privados de saúde.
Desenvolveu uma complexa engenharia de gestão e financiamento que envolve a União, os 27 estados e os mais de 5.500 municípios, descentralizando as ações e levando em consideração as peculiaridades de saúde regionais.
A parlamentar frisou que retroceder ao Brasil pré-SUS será um desastre para a saúde da população e para a cidadania no Brasil. “A proposta da Febraplan é da volta ao arcaico, ultrapassado, ineficaz e elitista sistema de saúde privado”, concluiu.