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Publicado em 15/09/2015

Formação de cão-guia depende do trabalho voluntário do socializador

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Marta Palhano:

"Você enxerga só um cão. O cego vê o mundo com ele." Assim Marta Brancher Palhano define o que a motivou a realizar o trabalho voluntário de socialização da cachorra Gaya para atuar como guia de um deficiente visual. O desejo de participar de um projeto que fizesse diferença na vida de alguém foi o que também inspirou Michael Almeida a socializar Kalil.  

Os socializadores exercem uma função fundamental na primeira etapa do processo de preparação de um cão-guia. O objetivo da família que acolhe o animal por cerca de um ano e três meses é adaptá-lo ao convívio social antes da fase de treinamento específico para a atividade de guia. Cabe ao socializador, considerado um condutor habilitado, levar o cachorro aos mais diversos locais, para que ele se acostume com ambientes e estímulos diferentes.

Ao longo do processo, o socializador vivencia três fases bem distintas. No início, requer comprometimento e dedicação para cuidar do filhote aprendiz. É necessário seguir com disciplina as  instruções repassadas pela equipe do IFC para que o trabalho seja bem sucedido. Num segundo momento, quando o cão é devolvido à instituição para completar o processo de treinamento, demanda desapego. É preciso cortar vínculos com o animal para facilitar a transferência do afeto ao treinador e, posteriormente, ao deficiente visual beneficiado. Já a última fase, na qual o socializador participa da cerimônia de entrega do cachorro ao usuário, envolve sentimentos como orgulho e satisfação por ter colaborado com a formação de um cão-guia.

Embora Gaya e Kalil tenham seguido caminhos diferentes no “Projeto Cães-Guia”, Marta e Michael manifestam a vontade de repetir a experiência como socializadores. Ela recomenda: “é algo especial e enriquecedor. Não tem como não querer ajudar. É um trabalho voluntário que vai mudar significativamente a vida de outra pessoa. Imagine que lindo você mostrar o mundo a um cão que vai apresentá-lo a um cego. É muito gratificante saber de todo amor, carinho, alegria, segurança e tranquilidade que vai proporcionar à vida dessa pessoa.”

Gaya não chegou a ser graduada como guia. Foi adotada pela família socializadora após ser dispensada do programa de treinamento por apresentar displasia. "Ficamos muito tristes. Tinha um monte de gente torcendo por ela. Chorei bastante porque sabia que era um cão-guia a menos, sendo que tanta gente precisa. Sonhava muito vê-la guiando, ajudando alguém”, desabafa Marta.

O anúncio de que Gaya não poderia ser guia coincidiu com a chegada tão esperada de dois filhos adotivos à família: Cecília, 5 anos, e Pedro, 2 anos. “Foi um misto de sentimentos, alegria e tristeza. Hoje acho que o Pedro não sobreviveria mais sem a Gaya, os dois têm uma ligação linda. Ela nos ensinou o que é o amor verdadeiro. É a filha mais velha da família, incluindo a Madhu (cachorra da raça akita), que também foi adotada."

Atualmente, o estado de saúde de Gaya inspira alguns cuidados. "Ela não pode andar muito. Se caminhar por umas quatro quadras, para. Talvez seja porque comece a doer. Mas ela sempre nada, é uma atividade que ajuda. Além disso, vou tentar a acupuntura. Vamos fazer o possível para ela ficar bem. O veterinário falou que não é momento de fazer a cirurgia para colocar prótese", conta Marta.

Para Michael, que encarou a missão como uma ação social em tempo integral, a experiência foi compensadora. “Vale muito ajudar o próximo. Com certeza faria de novo. Nossa família aprendeu muito com esse anjo de quatro patas. Estou satisfeito, orgulhoso e feliz com o trabalho feito com o Kalil, que se tornou um cão-guia responsável e um companheiro para o Jackson.”

 

Seja um socializador 
O Centro de Treinamento de Cães-Guia do Instituto Federal Catarinense – Câmpus Camboriú acaba de dar início a uma nova seleção de famílias voluntárias socializadoras.

Os interessados devem entrar em contato com a instituição. 

projetocaoguia@ifc-camboriu.edu.br | (47) 3331- 7803 – (47) 2104- 0800 

 

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