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Publicado em 19/04/2017

Comércio de Tangará fatura com colheita recorde de uvas

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Dona Nair, 75 anos, ainda tem vitalidade para encarar a maratona de colher os cachos de uva nos parreirais da família

Depois de uma safra ruim, com perdas de até 70%, a colheita de uvas recorde deste ano animou o comércio de Tangará. “Com certeza vamos vender mais, os produtores são fiéis e a safra deste ano é muito boa, a do ano passado não foi tão boa assim”, comemora Larissa Monteiro, gerente da loja Barato Mania, de Tangará, especializada em vestuário.

“Este ano a expectativa é vender mais, vai ter mais giro, os produtores vão gastar na cidade, as pessoas do interior gastam aqui”, festeja Melânia Pegoraro, vendedora da Maria Iris Confecções. Já para o gerente do supermercado local, a safra recorde não interfere nas vendas. “O agricultor tem outras alternativas, não depende de uma só cultura, quando uma coisa não dá, outra produz mais, por isso não tem impacto no supermercado”, justifica Maicon Mânica Zornitta.

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Para o prefeito municipal, Nadir Baú, o dinheiro da uva está aquecendo o comércio local. “Os produtores gastam no comércio daqui, principalmente vestuário”, ressalta o prefeito, ao destacar a geração de mão-de-obra temporária na época da colheita.  “A maioria é de trabalhadores do município, mas vem gente de Fraiburgo e de Ibicaré”.

Ivanir Andretta, produtor radicado na linha Caravaggio, espera colher 100 mil quilos de uvas e faturar em torno de R$ 70 mil. Além da mão-de-obra, os insumos dolarizados pesam no custo final. “O que sobra mal dá para passar o ano”, afirma o agricultor, explicando em seguida que utiliza o lucro para pagar as despesas da família e promover melhorias na propriedade.

A uva em Tangará

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As primeiras mudas de videiras vieram do Rio Grande do Sul para Tangará em 1921. Foram trazidas por Roberto Acari, que em 1926 já produzia vinho para vender nas comunidades próximas ao ex-Rio Bonito. Em 1993 os parreirais abrangiam 240 hectares e em 2013 atingiram o ápice, 540 hectares. “Em 2017 esse número caiu para cerca de 500, alguns parreirais mais antigos, situados em morros de difícil acesso até para tratores, foram abandonados”, explica Tadeu Cendron, técnico agrícola lotado na Secretaria de Agricultura local.

Atualmente cerca de 160 famílias cultivam uma média de três hectares de videiras em Tangará. As varietais mais comuns são Niágara, Bordô e Izabel, mas o município também produz Cabernet Sauvignon e Seyve Villard, entre outras. “A estimativa da safra é 10 milhões de quilos, cerca de 70% vai para a indústria de Pinheiro Preto, Videira e Iomerê, o restante é vendido in natura”, diz o prefeito.

A beleza da colheita

A colheita da uva é uma atividade exaustiva, mas de uma beleza comovente. Cesta de vime pendurada no braço, tesoura na mão, apanha o cacho madurinho, corta, coloca com cuidado na cesta, volta para outro cacho e assim sucessivamente até encher. Em seguida, leva a cesta por dezenas de metros até a carreta do trator ou do caminhão, retorna e começa novamente. Tudo sob o calor do verão, maximizado pela sensação de abafamento à sombra dos parreirais.

A reportagem da Agência AL acompanhou três gerações colhendo uva na propriedade dos Andretta: seu Ivanir, o filho Ismael e a avó deste, dona Nair, que aos 75 anos ainda tem vitalidade para encarar a maratona. “Faço isso desde os tempos de oito, dez anos, mas agora só venho aqui para me exercitar e passar o tempo, faz bem sair de casa e se distrair um pouco”, explica a septuagenária.

 

Criatividade tangaraense

Nesta safra alguns produtores do interior de Tangará inventaram uma nova modalidade de venda direta de uva. “Eles possuem caminhões e embarcam na carroceria uma máquina de processar, completam com uvas e saem para vender direto para pequenos produtores de vinho do Oeste e do Extremo-Oeste, pessoas que fazem vinho para consumo próprio”, relata Cendron, esclarecendo que entregam ao comprador a uva processada, pronta para a vinificação nas barricas.

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